As Assembleias Gerais Ordinárias (AGOs) das companhias abertas brasileiras de 2024 estão se destacando pela ênfase significativa na transparência das políticas de remuneração e estratégias de negócios. Conforme apontado pela consultoria global de governança Morrow Sodali, este ano as AGOs estão trazendo uma nova perspectiva sobre as práticas de governança corporativa.
Foco nas Políticas de Transparência
Neste contexto, as AGOs, que ocorrem anualmente entre março e abril no Brasil, estão colocando em destaque questões como transparência na política de remuneração de conselheiros e executivos, independência dos conselhos, estratégias para mitigar os impactos das mudanças climáticas e políticas de segurança cibernética. Estes tópicos são os principais focos de interesse dos investidores.
Perspectivas da Morrow Sodali
Agnes Blanco Querido, diretora-geral da Morrow Sodali no Brasil, ressaltou em sua participação no podcast IBGC Conecta a importância de transformar as AGOs em plataformas de diálogo efetivo com os acionistas. Destacou que, enquanto em outros países as AGOs são vistas como oportunidades de engajamento, muitas empresas brasileiras ainda as tratam como meros rituais regulatórios.
Transparência na Remuneração
Além disso, um aspecto crítico abordado por Querido é a necessidade de justificativas transparentes para aumentos na remuneração de conselheiros e executivos. Os investidores estão cada vez mais interessados em compreender se tais ajustes salariais estão alinhados com o desempenho e estratégias de longo prazo das empresas.
Avaliação do Conselho de Administração
Por outro lado, a composição do conselho de administração também é um ponto de interesse. As empresas precisam apresentar justificativas convincentes que demonstrem a capacidade, diversidade e alinhamento do conselho com os objetivos estratégicos da organização.
Mudanças nas Políticas de Voto
Por fim, é essencial mencionar as recentes mudanças nas políticas de recomendação de voto das consultorias Glass Lewis e ISS. Essas alterações incluem uma maior ênfase na independência dos conselhos e na resiliência operacional das empresas, especialmente em setores de alta emissão de carbono.
Em resumo, as AGOs de 2024 estão marcando um período de mudança e evolução nas práticas de governança corporativa no Brasil. A transparência e o diálogo aberto entre empresas e acionistas estão se tornando cada vez mais fundamentais, refletindo as demandas atuais do mercado e os padrões de governança global.