Após dois adiamentos, a Americanas divulgou hoje (26) os números aguardados de 2023. A empresa revelou um prejuízo de R$ 1,621 bilhão no terceiro trimestre. Embora importante, este valor é 17,8% menor do que o prejuízo de R$ 1,972 bilhão registrado no ano anterior, após correções que originalmente apontavam R$ 212 milhões a menos.
Assim, nos nove primeiros meses de 2023, a Americanas acumulou um prejuízo total de R$ 4,611 bilhões. Portanto, uma queda de 23,5%. A administração da rede de varejo comentou sobre o desafiador ano de 2023, destacando a magnitude da fraude descoberta e a necessidade de reconstrução que se impôs.
O Ebitda (lucro antes de impostos, juros e amortizações) para os nove primeiros meses de 2023 foi negativo em R$ 1,559 bilhão. Sendo assim, indica uma perda 21,3% maior em comparação ao ano anterior.
A descoberta da fraude e a incerteza em relação ao futuro da empresa impactaram diretamente nas vendas da Americanas, uma das maiores do Brasil. A venda bruta (GMV) nos nove meses de 2023 foi de R$ 16,059 bilhões, uma queda de 51,1% em relação ao ano anterior.
No terceiro trimestre, a receita líquida atingiu R$ 3,261 bilhões, registrando uma baixa de 39,2% em relação ao mesmo período de 2022. No acumulado dos nove meses, a receita totalizou R$ 10,293 bilhões, representando uma queda de 45%.
Endividamento
Um dos pontos mais aguardados pelos analistas era o endividamento da empresa. Ao final do terceiro trimestre de 2023, as dívidas líquidas atingiram R$ 33,443 bilhões. Um aumento de 10,6% em comparação a setembro de 2022. Contudo, a dívida bruta alcançou R$ 38 bilhões. No entanto, a Americanas afirma que o endividamento, embora ainda alto, tende a uma “relevante redução” com a execução do Plano de Recuperação Judicial.
O caixa da empresa, que quase foi zerado após a descoberta da fraude, encerrou setembro em R$ 4,929 bilhões, refletindo uma queda de 49,5% em 12 meses. Apesar das dificuldades enfrentadas, o comando da Americanas expressou otimismo no balanço, declarando que a empresa já superou a fase mais crítica.