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Faltam voos diretos do Nordeste à Europa, por quê?

Gol, Azul e Latam não fazem voos diretos do Nordeste para Europa

Setor aéreo mostra recuperação com aumento de passageiros
(Foto: Divulgação/Zurich Airport).
Setor aéreo mostra recuperação com aumento de passageiros
(Foto: Divulgação/Zurich Airport).

As principais companhias aéreas do Brasil, incluindo Gol, Latam e Azul, não disponibilizam voos diretos de cidades do Nordeste brasileiro para destinos europeus. Atualmente, estas empresas focam suas operações internacionais em rotas para os Estados Unidos, com destinos como Miami, Fort Lauderdale e Orlando, partindo de Fortaleza e Recife. A Azul, especificamente, pausará seus voos para a Flórida a partir do Recife entre março e maio, com retorno previsto para junho.

Apesar da alta taxa de ocupação registrada em voos para a Flórida, com mais de 90% de assentos preenchidos, o mercado europeu permanece inexplorado por estas companhias a partir do Nordeste. A Latam e a Gol, por exemplo, operam rotas diretas e indiretas de São Paulo para diversos países europeus, como Inglaterra, França, Portugal e Espanha. A Gol, sem aeronaves adequadas para longas distâncias, colabora com a Air France-KLM, encaminhando uma significativa parcela de passageiros brasileiros para voos europeus via Guarulhos.

Contrastando com a preferência aparente por destinos nos EUA, dados indicam um interesse comparável por viagens à Lisboa e à Flórida, sugerindo um mercado potencial não explorado para voos diretos do Nordeste para a Europa. A TAP, por exemplo, já opera com sucesso rotas para Lisboa a partir de cidades nordestinas, indicando uma demanda robusta que não é atendida pelas aéreas brasileiras.

Justificativa da Gol

A concorrência em rotas para Lisboa e a Flórida, especialmente a partir de São Paulo, inclui grandes operadoras internacionais como American Airlines e Delta, além da TAP. No entanto, a ausência dessas companhias brasileiras em rotas diretas do Nordeste para a Europa levanta questões sobre as estratégias de mercado adotadas por Gol, Latam e Azul. A Gol, por exemplo, justifica sua ausência citando a inexistência de voos diretos para a Europa em sua operação, apesar das possibilidades técnicas de realizar tais rotas com aeronaves adequadas.

Justificativa da Azul

A Azul, detentora de um grande espaço em Recife, tem potencial para iniciar operações para a Europa, mas reluta possivelmente devido a parcerias estratégicas, como com a TAP. Este cenário reflete uma complexa malha de interesses comerciais, estratégias de parcerias internacionais e avaliações de mercado que influenciam a disponibilidade de voos diretos do Nordeste brasileiro para a Europa, deixando uma lacuna que poderia beneficiar significativamente os viajantes da região.

Limitações de infraestrutura

A capacidade dos aeroportos do Nordeste em suportar voos de longa distância com aeronaves de grande porte é outro ponto crucial. Muitos aeroportos podem precisar de melhorias na infraestrutura, tanto em termos de pista quanto de serviços de apoio, para receber voos diretos da Europa. Isso inclui adequações para operações noturnas, serviços de manutenção e facilidades para passageiros internacionais, como alfândega e imigração eficientes.

Aspectos econômicos

O cenário econômico e as políticas de aviação também exercem grande influência. Acordos bilaterais entre países, custos operacionais, variação cambial, impostos e taxas aeroportuárias podem tornar mais complexa a operação de novas rotas. As empresas precisam negociar condições favoráveis e avaliar o impacto econômico desses fatores na viabilidade das rotas.