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Marfrig investirá R$ 2 bi em gado próprio para aumentar abates

Estratégia de crescimento e controle da cadeia de produção

Se a operação para a Minerva comprar a Marfrig for concluída, aumentará sua capacidade de abate e desossa para 42.439 cabeças por dia. - Marfrig
Fachada de uma unidade da Marfrig (Imagem: divulgação/Marfrig)
Se a operação para a Minerva comprar a Marfrig for concluída, aumentará sua capacidade de abate e desossa para 42.439 cabeças por dia. - Marfrig
Fachada de uma unidade da Marfrig (Imagem: divulgação/Marfrig)

A Marfrig anunciou durante uma teleconferência com analistas realizada na última quinta-feira (28/3) um plano ambicioso de investir entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões na aquisição de gado próprio. O objetivo é aumentar o número de abates provenientes de animais criados e engordados pela própria empresa para 25%, uma estratégia similar à adotada pela subsidiária nos EUA, a National Beef.

Atualmente, a Marfrig realiza apenas 5% dos abates com gado próprio, proveniente das fazendas da família Molina. No entanto, se considerarmos apenas as operações continuadas da empresa, esse percentual sobe para 10% no Brasil.

Marcos Molina, sócio-controlador da Marfrig, destacou durante a teleconferência que ter um abate próprio proporciona um controle maior sobre a cadeia de produção, resultando em maior estabilidade e qualidade do produto final. Embora Marcos Molina não tenha estabelecido um prazo para alcançar a meta de um quarto dos abates com gado próprio, ele enfatizou que o momento atual, de baixa no mercado do boi gordo, favorece a realização desse investimento.

Segundo Molina, o capital para esse investimento será proveniente da recente venda de ativos para a Minerva. Com o novo modelo, a Marfrig espera reduzir a ociosidade das unidades de abate, elevando a taxa de utilização do parque fabril para acima dos 90%, além de aumentar os níveis de rastreabilidade da cadeia. A empresa tem como meta alcançar 100% de gado rastreado em todos os biomas até 2025.

Molina também acredita que essa iniciativa pode abrir novos mercados para o Brasil, citando o exemplo do Uruguai, que possui rastreabilidade completa e atualmente tem acesso a 15 mercados a mais do que o Brasil.