Escolas de algumas das maiores cidades do Canadá estão empenhadas em uma batalha legal contra gigantes das redes sociais, como Facebook, TikTok e Snapchat, alegando que essas plataformas estão prejudicando a saúde mental e o desempenho acadêmico dos estudantes.
Na última quarta-feira (27), os distritos escolares de Toronto, Ottawa e Peel, no Canadá apresentaram processos separados, buscando compensações financeiras por danos. As ações legais argumentam que as empresas estão intencionalmente direcionando produtos altamente viciantes para crianças, causando distração em sala de aula e aumentando a vulnerabilidade dos jovens ao abuso e exploração sexual.
O Conselho Escolar do Distrito de Toronto, em sua queixa ao Tribunal Superior de Ontário, afirmou que o uso generalizado das redes sociais está resultando em uma crise sem precedentes na saúde mental juvenil. Alega-se que as empresas capitalizaram o conhecimento sobre a vulnerabilidade do cérebro em desenvolvimento das crianças para manipular o uso de suas plataformas.
As gigantes das redes sociais, incluindo Meta, ByteDance e Snap, não responderam aos pedidos de comentários sobre os processos canadenses.
Essas ações legais seguem um padrão já estabelecido nos Estados Unidos, onde centenas de distritos escolares exigem que as empresas de redes sociais arquem com os custos decorrentes do vício em suas plataformas. Em fevereiro, a cidade de Nova York entrou com processos semelhantes, juntamente com o Google.
Meta enfrentou processos por procuradores-gerais de mais de 30 estados americanos em outubro passado. Um juiz na Califórnia também ordenou que Meta, Google, TikTok e Snap respondessem a centenas de processos que os acusam de atrair jovens para suas plataformas.
Dependência
De acordo com os conselhos escolares canadenses, aproximadamente metade dos alunos em Ontário não está dormindo o suficiente devido ao uso excessivo das redes sociais, e problemas como sofrimento psicológico e dismorfia corporal são comuns.
Os problemas têm gerado uma demanda por assistentes sociais, conselheiros juvenis e outros funcionários nas escolas, representando um investimento por parte das instituições de ensino.
O Conselho Escolar do Distrito de Ottawa-Carleton também destacou em sua alegação de que as contas anônimas nas redes sociais frequentemente visam estudantes e funcionários com conteúdo falso, odioso ou depreciativo, sem que as empresas responsáveis consigam remover o material de maneira eficaz.
Além disso, contas anônimas são apontadas como a causa mais comum de ameaças à segurança escolar, incluindo ameaças de bombas e tiros, bem como o aumento do vandalismo devido a desafios virais no TikTok.