Argentina congela educação e investe em caças dinamarqueses

Nessa semana, o governo argentino, liderado por Javier Milei, confirmou a compra de 24 caças F-16 da Dinamarca, num investimento total de 300 milhões de dólares, aproximadamente 1,5 bilhão de reais. O anúncio foi feito após uma cerimônia na base aérea dinamarquesa Strydstrup, que contou com a presença virtual do presidente Milei, que cancelou sua visita à Europa devido aos recentes ataques no Oriente Médio.

Detalhes do contrato e equipamentos inclusos

Além dos caças, o contrato inclui quatro simuladores de voo, oito motores adicionais e peças de reposição por cinco anos. Esta aquisição, a maior dos últimos 50 anos segundo o porta-voz do governo, Manuel Adorni, visa fortalecer as capacidades de defesa da Argentina e garantir a soberania do espaço aéreo nacional.

Compra de caças: treinamento de um ano para pilotos

Os pilotos argentinos serão submetidos a um treinamento intensivo um ano antes de poderem operar os F-16. O governo planeja que os aviões só sejam entregues após a conclusão desta capacitação, garantindo a eficácia e segurança das operações.

Reações e contexto político

A compra gerou controvérsia, especialmente nas redes sociais, onde a oposição questionou a prioridade do investimento frente aos desafios econômicos e sociais do país, incluindo uma taxa de pobreza que atingiu 57% da população. No entanto, o governo argumenta que a defesa nacional é uma área prioritária e que os investimentos em saúde e educação permanecerão congelados como parte de uma política de ajuste fiscal.

Impacto internacional e decisões estratégicas

Este movimento da Argentina também afeta suas relações internacionais, particularmente com a China, que tinha expectativas de vender seus caças JF-17 à Argentina. A escolha pelos F-16, contudo, parece reafirmar o compromisso argentino com parceiros ocidentais tradicionais, apesar das pressões econômicas e políticas de Pequim.

“Estamos fazendo a mais importante aquisição aeronáutica militar desde 1983,” afirmou o ministro argentino da Defesa, Luis Petri. Para a autoridade, os caças “estão no nível dos melhores que voam nos céus da América do Sul e do mundo.”