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Ata Copom: BC avalia credibilidade no combate à inflação

Foco do Copom na reunião de maio

Banco Central do Brasil - Agência Brasil - Copom - BC - Ata Copom - Instituições financeiras
(Imagem: Marcello Casal/Agência Brasil)
Banco Central do Brasil - Agência Brasil - Copom - BC - Ata Copom - Instituições financeiras
(Imagem: Marcello Casal/Agência Brasil)

Durante a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada nos dias 7 e 8 de maio, um intenso debate sobre a credibilidade e o custo reputacional marcou as discussões. Os diretores do Banco Central do Brasil (BC) avaliaram o risco de comprometimento na luta contra a inflação e na ancoragem das expectativas devido às mudanças no cenário econômico.

A maioria dos membros do Copom decidiu reduzir o ritmo de corte da taxa Selic para 0,25 ponto percentual, considerando a desancoragem das expectativas e um cenário internacional adverso. Eles reconheceram que o “forward guidance” previamente estabelecido era condicional e que as circunstâncias haviam mudado significativamente. A visão prevaleceu e o Comitê ajustou a taxa básica de juros para 10,50% ao ano.

Por outro lado, uma parcela dos diretores defendia a manutenção do corte de 0,50 ponto percentual, argumentando que a decisão reforçaria o compromisso do BC com o objetivo de manter a inflação na meta. O grupo destacou a importância de seguir o “guidance” anterior para não enfraquecer as comunicações oficiais do Comitê.

Flexibilidade e cautela 

Os diretores enfatizaram a necessidade de flexibilidade nas decisões futuras, permitindo ajustes apropriados à trajetória da política monetária com base em novas informações. A decisão unânime refletiu uma estratégia de convergência da inflação em torno da meta estabelecida para 2025, equilibrando também o objetivo de suavizar flutuações no nível de atividade econômica e fomentar o emprego.

A Ata também revelou preocupações com o ambiente internacional, especialmente a incerteza sobre a política monetária nos Estados Unidos e as implicações para a desinflação global. No cenário doméstico, o aumento da atividade econômica e as expectativas desancoradas de inflação exigem uma condução mais cautelosa da política monetária.

O Copom destacou que a resiliência da atividade econômica interna sugere uma necessidade de cautela adicional, enquanto a falta de avanços em reformas estruturais e a disciplina fiscal podem aumentar a taxa de juros neutra da economia, afetando negativamente a eficácia da política monetária.

Diante do cenário desafiador e incerto, o Copom concluiu que uma abordagem serena e moderada é importante na condução da política monetária. O compromisso firme de alcançar a meta de inflação guiará as decisões futuras sobre ajustes na taxa de juros, enfatizando a importância de não apenas desinflar os preços, mas também de reancorar as expectativas econômicas.

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