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Desastre climático no RS afetou produção da indústria em maio, diz CNI

Produção e emprego declinam devido a eventos climáticos

Desastre climático no RS afetou produção da indústria em maio, diz CNI
Rio Guaíba, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul (Foto: Fernando Antunes/CMPA)
Desastre climático no RS afetou produção da indústria em maio, diz CNI
Rio Guaíba, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul (Foto: Fernando Antunes/CMPA)

A indústria do Rio Grande do Sul enfrentou redução na produção e no emprego em maio de 2024. De acordo com a pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), os índices de produção industrial e emprego mostraram retração, influenciados pelos eventos climáticos adversos na região.

O índice de evolução da produção industrial caiu de 51,2 para 47,4 pontos, ficando abaixo da marca de 50 pontos que divide crescimento e redução. A região Sul, particularmente afetada, registrou uma queda do índice para 39,6 pontos, conforme apontado por Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI.

Da mesma forma, o índice de evolução do número de empregados recuou de 50,1 para 49 pontos, indicando uma redução no emprego industrial após três meses de estabilidade ou crescimento. Este declínio ressalta as dificuldades enfrentadas pelo setor industrial na região, especialmente em termos de manutenção de força de trabalho.

Intenção de investimento na indústria

Apesar das adversidades, alguns indicadores mostram sinais de resiliência. A intenção de investimento na indústria subiu ligeiramente, de 0,5 ponto de abril para maio, atingindo 57,4 pontos em junho. Esse indicador está agora 5,5 pontos acima da média histórica, o que pode sinalizar uma adaptação estratégica dos empresários diante dos desafios correntes.

Exportações da Indústria

Por outro lado, as exportações da Indústria de Transformação do Rio Grande do Sul sofreram um impacto negativo substancial. A retração foi de 19,3% em relação a maio de 2023, com 18 dos 23 segmentos exportadores registrando queda. Uma diminuição de 36,5% nos resultados afetou particularmente o segmento de Alimentos, majoritariamente devido à menor quantidade de mercadorias enviadas ao exterior.

Gilberto Porcello Petry, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), destacou a complexidade adicional trazida pela infraestrutura danificada, que eleva os custos de transporte e produção. A situação é agravada pelas plantas industriais que permaneceram fechadas e pelas rotas de transporte de insumos e produtos que foram interrompidas ou prejudicadas.

Importações da Indústria

No contexto das importações, o Rio Grande do Sul registrou uma queda expressiva, totalizando US$ 772,2 milhões em maio, o que representa um decréscimo de 41,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Essa redução reflete uma demanda menor por bens intermediários e de capitaL.

Além disso, as operações no Aeroporto Internacional Salgado Filho foram notavelmente afetadas. O terminal teve uma redução de 72,1% nas exportações e 91,5% nas importações, com atividades sendo suspensas em 3 de maio devido aos danos.

Em meio a esses desafios, o Porto de Rio Grande continuou operando, mesmo com a cidade em estado de calamidade. No entanto, as rotas até os portos e alfândegas sofreram severamente, resultando em deslocamentos mais longos e custosos, o que impactou tanto os insumos quanto os produtos finais da indústria gaúcha.