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Quem assumirá quando acabar o mandato de Campos Neto?

Após críticas de Lula à gestão do BC, mercado debate possíveis substitutos para Campos Neto.
Quem assumirá quando acabar o mandato de Campos Neto?
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados).

Na manhã desta terça-feira (18), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em uma entrevista à Rádio CBN, reiterou suas críticas à condução da política monetária pelo Banco Central (BC), atualmente sob o mandato de Roberto Campos Neto. Utilizando termos como “maduro” e “calejado”, Lula delineou as características desejadas para o próximo presidente do BC. Ele deu a entender que busca alguém com uma abordagem mais alinhada às amplas necessidades econômicas do Brasil, além do controle estrito da inflação.

As declarações de Lula ocorrem em um momento crítico, imediatamente antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), onde se decide o futuro da taxa Selic. Esses comentários não apenas reforçam a percepção de que Campos Neto poderia não ser reconduzido, mas também colocam em cheque a candidatura de Gabriel Galípolo. Atual diretor de política monetária e anteriormente visto como provável sucessor, Galípolo, aos 42 anos, é considerado jovem para o perfil descrito por Lula. Sua posição poderia ser prejudicada caso opte pela manutenção da taxa Selic em 10,5%.

Quem deve substituir Campos Neto?

As especulações sobre possíveis substitutos ao mandato de Campos Neto incluem nomes experientes como Luiz Awazu, ex-diretor do BC e presente recentemente no Senado para discutir a autonomia financeira do BC. Aos 67 anos, Awazu adota uma postura que poderia alinhar-se mais à visão de um Banco Central integrado às políticas governamentais. Outros nomes mencionados são Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda, e Aloizio Mercadante, presidente do BNDES. Ambos com longas trajetórias no serviço público e conhecidos por suas posturas pró-mercado durante períodos anteriores de governo.

A autonomia do Banco Central

Desde a aprovação da Lei Complementar 179/21, o Banco Central do Brasil possui autonomia. Isso significa que o presidente da República só pode remover o presidente e os diretores do Banco Central em condições específicas e com aprovação do Senado. Essa mudança busca proteger a política monetária das oscilações políticas, garantindo que o BC possa operar com foco na estabilidade de longo prazo. A autonomia é uma espada de dois gumes, pois protege o BC das pressões imediatas, mas também demanda um líder que possa equilibrar habilmente as necessidades políticas e econômicas.

O futuro de Campos Neto e o Banco Central

Enquanto o mercado especula sobre seu sucessor, Roberto Campos Neto tem mantido uma postura discreta sobre seus planos futuros. Não há indicações claras de que buscará posições no governo ou na iniciativa privada após seu mandato, que termina em 31 de dezembro de 2024. Sua gestão se destaca pela implementação de uma política de juros altos para controlar a inflação, gerando críticas durante um período de recuperação econômica lenta.

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