No Brasil, quase metade dos consumidores (46%) considera o compromisso ambiental e social, refletido pelo ESG, como fator decisivo na escolha de produtos de varejo. Esse dado, proveniente do relatório “Varejo 2024” da Adyen, destaca o Brasil como o segundo país mais engajado com práticas de sustentabilidade, ficando atrás apenas da Índia. A tendência reflete uma mudança nas prioridades de consumo, com os brasileiros dispostos a investir mais em produtos que garantam transparência sobre seu impacto ambiental.
Segundo o estudo, 56% dos consumidores no Brasil afirmam que gastariam mais em produtos se houvesse clareza sobre as iniciativas para redução de impactos ambientais. Esta disposição se estende à preferência por informações detalhadas sobre a pegada de carbono dos produtos, similarmente ao que ocorre com informações nutricionais em alimentos, destacando uma conscientização crescente sobre as questões ambientais.
Vantagens das práticas ESG no varejo
A resposta das empresas varejistas a essa demanda se traduz não apenas em práticas sustentáveis, mas também em vantagens econômicas. “O envolvimento com práticas ESG é uma oportunidade para as empresas elevarem sua proposta de valor, gerando benefícios sociais e aumentando receitas”, explica Renato Migliacci, vice-presidente de vendas da Adyen Brasil. De fato, 22% dos varejistas entrevistados buscam ampliar seus lucros através da sustentabilidade em suas operações.
Além disso, a responsabilidade social tem se mostrado uma área de grande interesse. Mais da metade dos brasileiros (54%) acredita que os varejistas deveriam facilitar doações para organizações de impacto social através de suas vendas. Essa prática, que inclui a venda de produtos sociais e o arredondamento do troco para doações, é adotada por 20% dos varejistas nacionais, especialmente no setor de supermercados.
Desafios na redução de emissões de CO2
No entanto, apesar da crescente preocupação com a sustentabilidade, apenas 11% dos negócios no setor de mercados demonstraram um compromisso ativo com a redução de emissões de CO2, indicando um desafio para o aumento de práticas de descarbonização no varejo brasileiro.
O impacto positivo das práticas ESG no setor não se limita à satisfação do cliente. Estudos apontam que empresas que integram sustentabilidade em suas operações tendem a apresentar desempenhos superiores a longo prazo. Um relatório recente revelou que empresas no Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bovespa registraram um crescimento acumulado de 61% nos últimos oito anos, superando aquelas que não adotam tais práticas.
A integração de responsabilidade ambiental e social nos modelos de negócios do varejo mostra-se como uma resposta às exigências de mercado. Além disso, representa uma estratégia proativa para assegurar a viabilidade e o crescimento futuro das empresas. No contexto atual, onde o mercado está cada vez mais voltado para o consumo consciente, empresas pioneiras na adoção de práticas ESG se destacam. Elas se posicionam como líderes, prontas para atender às demandas de uma nova geração de consumidores interessados em sustentabilidade.
Em resumo, as práticas ESG no varejo brasileiro não apenas atendem às expectativas dos consumidores por maior transparência e responsabilidade, mas também abrem caminho para o desenvolvimento de novos produtos, serviços e uma diferenciação no mercado, fortalecendo a posição das empresas que as adotam.
