Publicidade
Publicidade
X
Publicidade
X
X
X

STF suspende análise de recursos da falência da Usina Laginha, em AL

Decisão visa evitar atos processuais inválidos

Suspensão de recursos da usina Laginha
Ministro Nunes Marques durante sessão no STF. (Foto: Fillipe/Sampaio/SCO/STF)
O ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu suspender, na segunda-feira (24), a análise de todos os recursos impetrados no Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) referentes à falência bilionária da usina Laginha. A decisão foi tomada após um pedido de Solange Queiroz Ramiro Costa. Solange é mãe de Thereza Collor.

Solange, ex-esposa do empresário e ex-deputado federal João Lyra, argumentou que o TJ-AL não poderia julgar os processos devido ao alto número de desembargadores autodeclarados suspeitos ou impedidos de atuar no caso. A corte alagoana possui 17 desembargadores, dos quais 13 se declararam suspeitos, e cinco deles voltaram atrás após análise do pleno sobre a incompetência do tribunal.

Contexto da Decisão

Nunes Marques decidiu com base na necessidade de evitar a “possibilidade de órgãos judiciários incompetentes produzirem atos processuais”. Esse cenário poderia anular esses atos e retardar a prestação jurisdicional. Em 2021, o Comitê de Credores da massa falida da usina Laginha apresentou uma reclamação ao STF, alegando impedimentos e suspeições entre os desembargadores. No entanto, o STF negou a reclamação devido à falta de declarações formais de suspeição.

Afastamento de Juízes

No último dia 12, a juíza Emanuela Bianca Porangaba, que atuava na falência da Laginha, foi afastada sob suspeita de favorecimento a um escritório de advocacia. As suspeitas, no entanto, não estavam diretamente relacionadas ao caso da Laginha. O TJ-AL também afastou os outros dois juízes da comissão, apesar de não haver suspeitas sobre eles, e determinou uma correição no processo.

Histórico da Laginha

A Laginha Agroindustrial S/A, um grupo formado por usinas e outras empresas, acumulava dívidas de aproximadamente R$ 3 bilhões na época da falência. Atualmente, o valor da dívida é de cerca de R$ 1,8 bilhão, distribuídos entre 7.400 credores. A empresa era a mais valiosa do antigo grupo João Lyra, avaliada em R$ 1,9 bilhão em 2017 (equivalente a R$ 2,8 bilhões em valores atuais).

João Lyra, ex-deputado federal e que já foi o mais rico do país, faleceu aos 90 anos devido à covid-19, há quase três anos. A empresa Laginha representava o poder e a influência do empresário em Alagoas.

Disputas Familiares e Processos Judiciais

Solange é uma das credoras habilitadas no processo de falência. Ela argumentou que 13 dos 17 desembargadores do TJ-AL se declararam suspeitos ou impedidos de julgar o caso. Em janeiro, o colunista Carlos Madeiro, do UOL, revelou que Lourdinha, irmã de Thereza Collor, entrou com uma queixa-crime contra Thereza. Lourdinha a acusou de calúnia e difamação. Lourdinha foi indicada para administrar o patrimônio de Lyra enquanto ele ainda era vivo. No entanto, quatro de seus cinco irmãos perderam a confiança nela.

Competência

A decisão do STF suspende temporariamente os processos até que haja uma definição sobre a competência do TJ-AL para julgar o caso. A medida busca garantir que todos os atos processuais sejam válidos e evitar mais atrasos na resolução da falência da usina Laginha.

conteúdo patrocinado

MAIS LIDAS

conteúdo patrocinado
conteúdo patrocinado