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Unimed recua após aumento de 300% para idoso com câncer

Empresa suspende reajuste abusivo de plano de saúde

Graças à denúncia, Unimed recua diante de aumento abusivo. (Foto: Reprodução/Domingos Peixoto/Agência O Globo)
Graças à denúncia, Unimed recua diante de aumento abusivo. (Foto: Reprodução/Domingos Peixoto/Agência O Globo)

Após uma denúncia, a Unimed-Ferj decidiu recuar diante de reajuste de 300% aplicado ao plano de saúde do aposentado Henrique Manuel Morgado, que viu sua mensalidade aumentar de R$ 2.761 para R$ 11.062. A QV Saúde, que administra o contrato coletivo do qual Henrique faz parte, cancelou a cobrança abusiva e enviou a ele um boleto com o valor original de R$ 2.761.

Morgado, de 72 anos, enfrenta um câncer agressivo que já atingiu diversos órgãos. Em meio ao seu tratamento, ele foi surpreendido por um aumento na mensalidade do seu plano de saúde. O reajuste abusivo elevou o valor de R$ 2.761 para R$ 11.062, uma alta de mais de 300%. Esse tipo de reajuste é comum em contratos coletivos e reflete a falta de regulamentação desses planos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Ao receber a fatura com o aumento, Henrique buscou respostas junto à Unimed-Ferj e à ANS, que explicou os dois tipos de reajustes permitidos: por variação anual de custos e por mudança de faixa etária. A QV Saúde, responsável pela administração do contrato coletivo, informou que o reajuste seria suspenso, e Henrique recebeu um novo boleto com o valor original.

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Desafios no tratamento

Além do reajuste, Henrique tem enfrentado dificuldades com o fornecimento de medicamentos e equipamentos essenciais para seu tratamento. A entrega de sua medicação oncológica e das bolsas de colostomia tem sido irregular, e a Unimed-Ferj chegou a negar um exame PET-CT, fundamental para monitorar a progressão do câncer. Apesar de a Unimed afirmar ter autorizado a medicação e esclarecido o reajuste, Henrique continuou enfrentando problemas na obtenção dos remédios.

Histórico de reajustes

Esta não foi, entretanto, a primeira vez que Henrique enfrentou um aumento em seu plano de saúde. No ano anterior, sua mensalidade subiu de R$ 1.816 para R$ 2.761, um reajuste de 52%. Planos de saúde coletivos, como o de Henrique, não têm os percentuais de reajuste definidos pela ANS, o que resulta em aumentos elevados e frequentes. Especialistas do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) classificam esses reajustes como abusivos e destacam a falta de transparência das operadoras.

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Questões sistêmicas nos planos de saúde

O caso de Henrique, embora com um bom desfecho graças ao recuo da Unimed, é um exemplo dos problemas sistêmicos enfrentados pelos usuários de planos de saúde coletivos no Brasil. Com mais de 80% dos planos no país sendo coletivos, a falta de regulamentação sobre os preços permite reajustes elevados. Isso prejudica consumidores em momentos de maior necessidade. A advogada de Henrique, Valéria Neves, busca na Justiça manter o valor de R$ 1.816 até que o tribunal tome uma decisão final.

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