Nesta sexta-feira (28), o dólar à vista encerrou o dia com uma alta de 1,46%, sendo cotado a R$ 5,588, o maior valor desde 10 de janeiro de 2022, quando atingiu R$ 5,674. O movimento foi impulsionado pelas críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a valorização do real e pela habitual disputa pela taxa Ptax no final do mês.
Ao longo de junho, o dólar acumulou uma alta de 6,46%, e desde o início do ano, já registra um aumento de 15,14%.
O dólar à vista subiu 1,46%, sendo cotado a R$ 5,588 tanto para compra quanto para venda, com um pico diário de R$ 5,598. Na B3, o contrato de dólar futuro para agosto, que se tornou o mais negociado, subiu 1,56%, fechando a R$ 5,613.
Tipo de Dólar | Compra | Venda |
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Comercial | R$ 5,588 | R$ 5,588 |
Turismo | R$ 5,615 | R$ 5,795 |
As negociações começaram com o dólar em baixa, mas a moeda rapidamente ganhou força devido à disputa pela formação da taxa Ptax de fim de mês e às declarações do presidente Lula sobre a taxa de câmbio e o Banco Central.
Nesta sexta-feira, o presidente Lula declarou que especulações com derivativos impulsionaram os recentes ganhos do dólar frente ao real. Ele afirmou que o Banco Central deveria investigar a situação. Lula criticou a taxa de juros de 10,50% ao ano, considerando-a desproporcional em relação à inflação de 4%. Ele também expressou sua intenção de indicar o próximo presidente do Banco Central, atualmente liderado por Roberto Campos Neto, nomeado pelo governo anterior.
Disputa pela Ptax
Agentes financeiros frequentemente disputam a Ptax, usada como referência para a liquidação de contratos futuros, no final do mês. Eles tentam influenciá-la para níveis que beneficiem suas posições, compradas ou vendidas em dólar. Sendo assim, a prática intensifica a volatilidade do mercado cambial.
Inflação nos Estados Unidos
Outro fator de influência foi a análise dos dados de inflação nos Estados Unidos. O índice de preços de despesas pessoais (PCE) permaneceu estável em relação a abril, conforme o esperado. Em abril, o índice havia subido 0,3%. Anualmente, o PCE acumulou 2,6% em maio, alinhado às expectativas e levemente abaixo dos 2,7% registrados em abril.