O primeiro turno das eleições para a Assembleia Nacional na França registrou um nível histórico de participação dos eleitores. De acordo com dados preliminares divulgados pelo Ministério do Interior, 59,4% dos eleitores registrados foram às urnas até as 17h, horário de Paris, em comparação com 39,4% na última eleição, em 2022. A empresa de pesquisa eleitoral Ipsos indica que este é o maior índice de participação desde 1986.
Esses números estavam dentro das expectativas para a eleição deste domingo (30). Além disso, podem resultar em um cenário de maior incerteza no segundo turno, marcado para 7 de julho. No sistema eleitoral francês, é possível que dois ou mais candidatos avancem para o segundo turno, com eleições conhecidas como triangulares (três candidatos) ou quadrangulares (quatro candidatos).
Em 2022, houve apenas oito triangulares. Este ano, esse número pode aumentar para entre 160 e 200, conforme uma pesquisa realizada pela Odoxa com 2.005 adultos em 26 e 27 de junho.
Com o encerramento das urnas, as autoridades divulgarão as primeiras pesquisas de boca de urna ainda hoje.
Resultados – França
A pesquisa separada da LegiTrack OpinionWay-Vae Solis consultou 1.058 pessoas sobre as intenções de voto. A pesquisa revelou que os eleitores elegerão dezenas de candidatos do Reagrupamento Nacional, partido de extrema-direita liderado por Marine Le Pen, diretamente no primeiro turno. No entanto, aproximadamente 400 candidatos disputarão o segundo turno. O segundo turno definirá os 577 membros que compõem a Assembleia Nacional
Embora o sistema de votação em dois turnos torne as previsões de assentos complexas, as projeções atuais sugerem que o Reagrupamento Nacional e os aliados poderão se tornar o maior grupo na câmara baixa do parlamento, com entre 238 e 281 membros, de acordo com a última pesquisa da Bloomberg, realizada na noite de sexta-feira (28).
Com a divulgação dos resultados do primeiro turno neste domingo, as empresas de pesquisa terão mais dados para refinar essas projeções. As informações serão essenciais para que os partidos ajustem as estratégias de campanha e para que os investidores avaliem o nível de instabilidade que pode surgir.
A elevada participação dos eleitores franceses no primeiro turno das eleições para a Assembleia Nacional marca um momento na política do país. Com uma adesão recorde, o cenário para o segundo turno se torna altamente imprevisível, prometendo uma competição intensa.
