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Fim da terceirização? Boeing adquire Spirit AeroSystems

Aquisição visa melhorar qualidade e controle de produção

Como compra põe fim de peças de avião. (Foto: André Du-pont/Wikimedia Commons)
Como compra põe fim de peças de avião. (Foto: André Du-pont/Wikimedia Commons)

A Boeing anunciou nesta segunda-feira (01) um acordo para adquirir a Spirit AeroSystems, um de seus principais fornecedores, por US$ 4,7 bilhões em ações, ou US$ 8,3 bilhões incluindo dívidas. Essa transação marca uma mudança na estratégia da Boeing, encerrando quase duas décadas de terceirização de componentes essenciais para suas aeronaves comerciais, como as estruturas dos modelos 737 Max, 767, 777 e 787.

A Spirit AeroSystems foi criada em 2005 como parte do esforço da Boeing para terceirizar a produção e reduzir custos. No entanto, nos últimos anos, a qualidade dos componentes fornecidos pela Spirit tornou-se uma preocupação. A Boeing, que já tinha uma influência considerável sobre a Spirit, agora busca resolver esses problemas de qualidade assumindo controle direto.

Boeing adquire Spirit AeroSystems: problemas de qualidade e medidas de correção

Um dos incidentes mais preocupantes ocorreu em janeiro, quando um painel de um 737 Max 9 explodiu durante um voo da Alaska Airlines. Investigações revelaram que o painel não estava devidamente fixado, evidenciando falhas nos processos de inspeção e documentação. Em resposta, a Boeing implementou várias mudanças, incluindo o aumento de treinamentos, simplificação de processos e intensificação das inspeções tanto em suas próprias fábricas quanto nas instalações da Spirit.

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Com a compra da Spirit, a Boeing espera alinhar totalmente seus sistemas de produção e segurança, integrando melhor a qualidade em todas as etapas do processo. Dave Calhoun, CEO da Boeing, destacou que a reintegração da Spirit permitirá um alinhamento completo com a força de trabalho da Boeing, melhorando assim a qualidade e segurança dos produtos.

Aspectos financeiros e regulatórios

O acordo ainda precisa da aprovação dos órgãos reguladores e dos acionistas da Spirit. Parte da transação inclui a cessão de certas operações da Spirit para a Airbus, concorrente europeia da Boeing. Espera-se que a aquisição seja concluída até meados do próximo ano.

Além do trabalho para a Boeing, a Spirit AeroSystems fabrica componentes para outras grandes empresas aeroespaciais, como Airbus, Bombardier, Lockheed Martin, Northrop Grumman e Rolls-Royce. No último ano, 64% da receita da Spirit veio da Boeing, enquanto 19% foi da Airbus.

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Mudanças na liderança e impacto na Boeing

Problemas de qualidade na Spirit resultaram em uma mudança de liderança com a nomeação de Patrick Shanahan, ex-executivo da Boeing e do Departamento de Defesa dos EUA, como CEO. Shanahan é visto como um potencial substituto para Calhoun, que planeja deixar o cargo até o final do ano. A mudança na liderança visa resolver os problemas de qualidade e melhorar a eficiência operacional da Spirit.

Além disso, a Boeing interrompeu a aceitação de fuselagens de 737 da Spirit que não atendiam plenamente aos seus padrões, uma mudança que reduziu significativamente o número de defeitos. A empresa também pretende diminuir o trabalho deslocado, que pode contribuir para defeitos e má qualidade. Elizabeth Lund, executiva de qualidade da Boeing, afirmou que essas mudanças já resultaram em melhorias na produção.

Apesar das melhorias, a Boeing continua enfrentando desafios regulatórios e de reputação. A empresa está sob intenso escrutínio após um incidente grave envolvendo um 737 Max e está trabalhando para resolver questões relacionadas a qualidade e segurança. A aquisição da Spirit é vista como um passo a mais para fortalecer o controle de qualidade e melhorar a eficiência da produção.

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