O Rio de Janeiro está prestes a sediar novamente uma Bolsa de Valores. A novidade foi anunciada pelo prefeito Eduardo Paes e pelo CEO do Americas Trading Group (ATG), Claudio Pracownik, durante uma cerimônia realizada na Associação Comercial da cidade. Então, a previsão é que a nova Bolsa comece as operações no segundo semestre de 2025. Na ocasião, o prefeito sancionou uma lei municipal que incentiva a instalação da instituição.
“O Rio de Janeiro tem uma parte importante da força econômica do Brasil: a Vale está aqui, a Globo está aqui, a teledramaturgia da Record está no Rio. Mas onde está o setor produtivo? A gente tem um monte de coisas interessantes acontecendo no setor privado do Rio, mas a gente não consegue levantar essa turma. A volta da Bolsa de Valores é a ponta do iceberg. É o esforço do governador, prefeito, atores políticos. O setor privado percebeu que tem uma concorrência a ser feita com São Paulo. Começamos a criar um ambiente econômico, um conjunto de atrativos e de novos mercados que surgirão”, afirmou o prefeito.
Claudio Pracownik, CEO do ATG, destacou a importância da criação de uma segunda Bolsa de Valores no país, além da existente em São Paulo, como um sinal de maturidade do mercado de capitais brasileiro. Ele mencionou que a concorrência traz eficiência, redução de riscos e possibilita a criação de novos produtos. Além disso, a nova Bolsa sediada no Rio de Janeiro trará benefícios para toda a região.
A nova legislação, proposta pela prefeitura, foi aprovada pela Câmara de Vereadores em 25 de junho, com 37 votos favoráveis e 5 contrários. O Projeto de Lei 3276/2024 reduz a alíquota do Imposto sobre Serviços de qualquer natureza (ISS) para 2% sobre as atividades realizadas por Bolsas de Valores, Mercadorias e Futuros, além das atividades de negociação, liquidação e custódia de ativos financeiros. No entanto, a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ) encerrou as atividades há mais de duas décadas.
Revitalização Econômica
“A gente recupera esse símbolo de retomada da economia da cidade do Rio de Janeiro”, celebrou o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico, Chicão Bulhões. Ele ressaltou a relevância do setor financeiro para a economia carioca: “É o quarto maior pagador de ISS da cidade, com mais de um bilhão e meio de reais. São quase 70 mil pessoas trabalhando no setor, que, com a Bolsa, vai ganhar uma nova dimensão, atraindo mais investidores para cá”, disse.
Benefícios para a Região
“A nova bolsa terá sua sede administrativa no Rio de Janeiro. Isso é muito importante para a cidade e para o estado. O Rio voltará a ser um grande centro de negócios, atraindo investidores, e isso tem uma relevância enorme. Nós esperamos que este seja o marco inicial do renascimento do mercado financeiro no Rio”, resumiu Claudio Pracownik.
No triênio 2021-2023, o setor financeiro foi o quarto maior pagador de impostos (ISS) do Rio, contribuindo com R$ 1,5 bilhão. Segundo dados da Secretaria Municipal de Fazenda e Planejamento, compilados pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico, esse valor representou 9,1% da arrecadação total.
O setor emprega 68,5 mil pessoas, representando 3,7% dos trabalhadores cariocas, e gerou 2,7 mil novos empregos entre 2021 e 2023. O salário médio no setor financeiro carioca é de R$ 9,5 mil por mês. Sendo assim, é acima da média nacional de R$ 3,8 mil por mês.
Perspectivas Futuras
“O Rio possui mais de quatro mil fundos, o que representa 17,6% do total do Brasil. Em termos de patrimônio gerido, o Rio mostra ser um forte mercado, que reúne R$ 2,2 trilhões sob gestão, o que representa 34% dos valores investidos no país, reunindo 22,6% dos cotistas, com 1,1 milhão de investidores e 20,4% das assets (gestoras de fundos). Esses dados constam no estudo Setor Financeiro do Rio”, afirma a prefeitura.
A reativação da Bolsa de Valores no Rio de Janeiro não só reforça o mercado financeiro carioca, mas também impulsiona o desenvolvimento econômico da cidade. O novo índice de valores vai atrair novos investimentos e consolidar o Rio como um centro financeiro importante no Brasil.