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Da Europa às Américas: quais cidades proibiram o Airbnb e por quê?

Cidades proíbem o Airbnb: entenda os motivos e os impactos.
Entenda porque algumas cidades querem se 'livrar' do Airbnb. (Foto: Divulgação)
Entenda porque algumas cidades querem se 'livrar' do Airbnb. (Foto: Divulgação)

A plataforma Airbnb, desde sua criação em 2007, transformou a indústria de turismo ao oferecer acomodações flexíveis em todo o mundo. No entanto, essa popularidade trouxe desafios para diversas cidades, resultando em proibições e regulamentações rigorosas. Entenda por que algumas cidades tomaram essas medidas e quais os impactos observados até agora.

Barcelona versus Airbnb

Em 21 de junho, o prefeito de Barcelona, Jaume Collboni, anunciou que a partir de novembro de 2028, será proibido o aluguel de imóveis de curto prazo na cidade. Essa medida visa combater a crise de moradia, que elevou os preços dos imóveis e afastou moradores e trabalhadores do mercado habitacional. Com a proibição, cerca de 10 mil apartamentos atualmente listados no Airbnb e em plataformas similares deverão voltar ao mercado de moradia regular.

Proibições e restrições em outras cidades

Nova York, desde setembro de 2023, tornou ilegal o aluguel de curto prazo de apartamentos, a menos que o proprietário resida na cidade e esteja presente durante o aluguel. Essa decisão também foi motivada pela tentativa de aliviar a crise habitacional local. Na Alemanha, Berlim proibiu os aluguéis de curto prazo em 2014, permitindo seu retorno em 2018 sob severas restrições. Na Califórnia, cidades litorâneas como Santa Mônica também impõem fortes restrições aos aluguéis de curto prazo.

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Impacto do Airbnb no mercado habitacional

Estudos indicam que a presença do Airbnb no mercado imobiliário pode elevar os custos de moradia e impactar negativamente os moradores locais. Um estudo da Harvard Business Review sobre a proibição em Nova York concluiu que, embora os aluguéis de curto prazo não sejam o fator principal para a alta dos aluguéis, a criação de regulamentações, em vez de proibições, poderia oferecer melhores benefícios. A retirada de aluguéis de curto prazo do mercado de viagens resultou no aumento das tarifas dos hotéis, que alcançaram uma média recorde de US$ 300 por noite em Nova York.

A oposição ao turismo em massa é forte em diversas partes do mundo. Na Espanha, destinos como Málaga, Maiorca e as Ilhas Canárias, além de Barcelona, expressam uma resistência ao turismo, percebido como uma indústria que não beneficia os moradores locais. Em cidades superlotadas de turistas, os habitantes locais enfrentam exclusão do mercado habitacional devido aos altos preços, muitas vezes resultando em longos deslocamentos para o trabalho ou até mesmo em situações de moradia precária.

Alternativas à proibição total

Em vez de uma proibição completa, algumas cidades optam por limitar o tempo de aluguel de curto prazo. Em Berlim, os proprietários podem alugar seus imóveis por até 90 dias por ano. Essa medida permite que anfitriões temporários ganhem uma renda extra sem transformar imóveis em aluguéis de curto prazo em tempo integral. Essa abordagem de regulamentação é adotada também no Reino Unido.

Desafios na América Latina

Na América Latina, cidades como Medellín, na Colômbia, enfrentam desafios semelhantes devido ao aumento dos aluguéis de curto prazo e à chegada de nômades digitais. Esses fatores contribuem para a gentrificação, elevando os custos de vida e afastando os moradores locais. Dados indicam que o Brasil lidera o número de diárias contratadas no Airbnb na América do Sul, seguido por Colômbia e Argentina.

Para enfrentar esses desafios, especialistas sugerem intervenções do poder público, como a criação de moradias públicas para aluguel e a renovação de edifícios vazios. Essas medidas podem ajudar a controlar o valor dos aluguéis e garantir que a população de baixa renda tenha acesso à moradia nas áreas centrais das cidades.

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