O programa “DR com Demori”, apresentado pelo jornalista Leandro Demori, recebeu ontem (10) Leonardo Leal, cofundador do Sleeping Giants Brasil (SGBR). Celebrando quatro anos de atuação no país, a organização foca na desmonetização de conteúdos falsos e discursos de ódio através do engajamento do público. Leal revelou que as campanhas do grupo impediram que R$ 203,7 milhões fossem investidos em sites de desinformação.
Sleeping Giants: reconhecimento internacional e atuação global
O impacto do Sleeping Giants não se limita ao Brasil. Em fevereiro deste ano, o movimento global foi indicado ao Nobel da Paz pelo político francês Eric Bothorel. No Brasil, o grupo se destacou durante as enchentes no Rio Grande do Sul em maio de 2024, ajudando a firmar um acordo entre a Advocacia-Geral da União (AGU) e plataformas digitais para combater a desinformação durante a crise.
Desde sua fundação, o SGBR lançou 92 campanhas alertando consumidores e anunciantes sobre a veiculação de publicidade em sites que propagam fake news. Das 1.646 empresas notificadas, 1.170 retiraram seus anúncios, resultando em uma taxa de eficácia de 72%. Entre as empresas que aderiram à iniciativa estão grandes nomes como Bradesco, Adidas, Ford, Fiat, Uber e Amazon.
Em abril de 2024, o SGBR lançou uma de suas maiores campanhas, a #DesmonetizaTwitter, em resposta às ações de Elon Musk contra a Justiça brasileira. A campanha teve como objetivo pressionar empresas a retirar anúncios da plataforma X (antigo Twitter) e conscientizar sobre a importância da regulação das redes sociais. Como resultado, a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República suspendeu novas campanhas na plataforma.
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Mais do que desmonetização
Além de desmonetizar, o Sleeping Giants Brasil dedica-se à produção de artigos, pesquisas e análises sobre as falhas na publicidade digital. A organização contribui para consultas públicas, como a do Ministério da Fazenda sobre a regulação econômica e concorrencial de plataformas digitais no Brasil. Eles defendem a regulação das redes através do PL 2630, que institui a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet.
Envolvimentos e controvérsias
A atuação do SGBR também inclui o combate a extremistas. Recentemente, a organização denunciou polêmicas envolvendo a CEO da Nubank, Cristina Junqueira, a produtora Brasil Paralelo e o Ranking dos Políticos. Entretanto, em 2023, a Sleeping Giants Brasil foi alvo de uma audiência pública na Câmara dos Deputados. O grupo, que pressiona empresas a remover anúncios da mídia conservadora, teve como alvo especial a Jovem Pan, frequentemente descrita como a Fox News brasileira.
Nas redes sociais, o SGBR conta com mais de 1 milhão de seguidores, demonstrando seu alcance na luta contra a desinformação. Recentemente, o perfil @desinfoclima foi criado no Instagram para combater fake news sobre o clima e o meio ambiente.