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IGP-M desacelera em julho com queda nos preços dos alimentos

Índice reflete a redução nos custos de alimentos e influência da gasolina

IGP-M desacelera em julho.
(Foto: Gustavo Fring/Pexels)
IGP-M desacelera em julho.
(Foto: Gustavo Fring/Pexels)

A variação do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) desacelerou de 0,80% para 0,15% entre junho e julho, impulsionada pela queda nos preços dos alimentos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Essa foi a menor taxa para a primeira prévia em três meses, desde abril deste ano (-0,25%). O economista André Braz, responsável pelo indicador, destacou que essa desaceleração é uma boa notícia, especialmente devido às pressões inflacionárias no grupo de alimentação.

No atacado, a batata-inglesa (-9,41%), a mandioca (-5,25%), as aves (-3,20%) e o mamão (-32,08%) foram os itens com as maiores quedas. Essas reduções contribuíram para que o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que representa o atacado e tem peso de 60% no IGP-M, desacelerasse de 0,90% para 0,18% na primeira prévia de julho.

Alimentos mais baratos no varejo

No varejo, os preços também caíram, influenciados pelos alimentos mais baratos. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que compõe 30% do IGP-M, passou de 0,37% para -0,10% entre as prévias de junho e julho. A variação no grupo Alimentação caiu de 0,73% para -0,63%, refletindo as reduções nos preços dos alimentos.

Por outro lado, o preço da gasolina acelerou no varejo, variando de 0,20% para 0,36%. André Braz comentou sobre o reajuste que a Petrobras anunciou na segunda-feira (8) e ressaltou que as refinarias nem sempre repassam todo o aumento para as bombas. A gasolina, que representa quase 5% do IPC, aumentou 15 centavos por litro na bomba. Prevê-se uma influência de 0,10 ponto percentual no IPC-M de julho. Também é esperado um impacto de 0,05 ponto percentual no IPC-M de agosto.

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Impacto na construção civil

O Índice Nacional do Custo da Construção (INCC) diminuiu de 0,91% para 0,41% entre a primeira prévia de junho e a de julho. Até a primeira prévia deste mês, o IGP-M acumulou uma alta de 1,25% no ano e de 3,35% nos últimos 12 meses.

Em comparação, o IGP-M registrou uma variação de 0,89% em maio, demonstrando uma aceleração em relação ao mês anterior, quando apresentou taxa de 0,31%. Com esse resultado, o índice acumulou alta de 0,28% no ano e queda de 0,34% nos últimos 12 meses. Em maio de 2023, o índice tinha registrado uma taxa de -1,84% no mês e acumulava uma queda de 4,47% em 12 meses.

Desempenho do IPA

No Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) de maio, observou-se uma variação de 1,06%. Destacou-se a aceleração nos preços de matérias-primas brutas e bens intermediários. Entre as maiores influências positivas estavam o minério de ferro, que passou de -4,78% para 8,18%. O farelo de soja subiu de -2,32% para 9,58%. No IPC, a gasolina aumentou de 0,30% para 1,70%. A passagem aérea variou de -8,94% para 0,47%.

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No mês de maio, o IPA subiu 1,06%, uma aceleração notável em relação ao comportamento observado em abril. Em abril, registrou alta de 0,29%. O grupo de Bens Finais variou 0,06% em maio, comparado a -0,13% em abril. Isso foi impulsionado principalmente pelo subgrupo de alimentos processados. A taxa de alimentos processados passou de -0,39% para 1,07%. O índice de Bens Finais (ex), excluindo alimentos in natura e combustíveis para consumo, variou de 0,05% em abril para 0,50% em maio.

A taxa do grupo Bens Intermediários subiu 1,03% em maio, intensificando a alta observada no mês anterior (0,72%). O subgrupo de materiais e componentes para a manufatura influenciou isso. A taxa desse subgrupo passou de 0,85% para 1,44%. O índice de Bens Intermediários (ex), excluindo combustíveis e lubrificantes para a produção, registrou alta de 1,01% em maio. Em abril, esse índice havia variado 0,63%.