A dinamarquesa Scan Global Logistics, controlada pelo fundo de private equity CVC Capital, anunciou a aquisição da brasileira Blu Logistics Brasil. A operação estratégica marca a entrada da Scan no mercado brasileiro, trazendo uma parceria inovadora no setor logístico. Os sócios da Blu permanecerão à frente da operação local e se tornarão acionistas da Scan. A transação incluirá um pagamento em dinheiro, mas a empresa não divulgou o valor.
Na transação, a Blu Logistics Global contou com a assessoria do BTG Pactual e do escritório Mattos Filho. Gabriel Carvalho, CEO da Blu, e Carolina Maciel, diretora comercial, afirmaram que optaram pela Scan Global Logistics devido ao alinhamento com os interesses de longo prazo. Inicialmente, a Scan propôs uma aquisição total, mas após negociações, decidiram por um modelo de parceria. Sendo assim, seis sócios da empresa brasileira se tornarão acionistas da holding dinamarquesa.
A aquisição fortalece a presença global da Scan Global Logistics, que já possui operações na Europa e nos Estados Unidos. Atualmente, a empresa movimenta 600 mil contêineres por ano. A Blu, com foco principal na importação da Ásia para o Brasil, movimenta cerca de 100 mil contêineres anuais, tornando-se a maior subsidiária da Scan. A Blu está em operação há 11 anos e é a segunda maior empresa no Brasil em volume de importação marítima, atendendo clientes como Weg e Alpargatas. Em 2023, a Blu prevê alcançar uma receita de R$ 1,5 bilhão, em comparação aos R$ 700 milhões do ano anterior.
Oportunidades
Gabriel Carvalho destaca que a receita da Blu pode atingir R$ 5 bilhões nesta década. A parceria com a Scan abrirá novas oportunidades, especialmente em exportação e logística aérea. Já Carolina Maciel ressalta a demanda por serviços no mercado americano, que agora serão atendidos de forma mais completa. Além disso, a Blu desvinculará suas operações da rede de empresas de logística com a mesma marca na América Latina, para se integrar totalmente à rede da Scan.
Scan Global Logistics na América Latina
A Scan já opera no Peru, Colômbia, Uruguai e Chile. No primeiro trimestre de 2023, a companhia registrou um faturamento de 490 milhões de euros (aproximadamente R$ 2,9 bilhões), com um Ebitda de 40 milhões de euros.
