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Crise imobiliária na China: como isso afeta a economia global?

Desafios econômicos aumentam pressão sobre líderes chineses

Entenda o impacto da crise imobiliária no gigante asiático. (Foto: Gerd Eichmann/Wikimedia Commons)
Entenda o impacto da crise imobiliária no gigante asiático. (Foto: Gerd Eichmann/Wikimedia Commons)
Entenda o impacto da crise imobiliária no gigante asiático. (Foto: Gerd Eichmann/Wikimedia Commons)
Entenda o impacto da crise imobiliária no gigante asiático. (Foto: Gerd Eichmann/Wikimedia Commons)

Durante a primavera asiática, o crescimento econômico da China desacelerou, de acordo com dados divulgados recentemente. Este declínio ocorreu após um início de ano promissor, mas foi impactado pela crise no setor imobiliário, levando os consumidores a gastar de forma mais cautelosa. Entre abril e junho, a economia chinesa cresceu apenas 0,7% em relação ao trimestre anterior, frustrando as expectativas dos economistas. Para o ano inteiro, a taxa de crescimento projetada é de 2,8%, muito inferior aos 6,1% inicialmente estimados para o primeiro trimestre.

Crise imobiliária na China e o impacto na reunião do Partido Comunista

Este cenário econômico desafiador colocou uma pressão adicional sobre o Partido Comunista da China, cujos líderes se reuniram em um conclave de quatro dias em Pequim para delinear o futuro econômico do país. Conhecida como Terceiro Plenum, esta reunião, que ocorre a cada cinco anos, é acompanhada de rigorosos controles de informações pelo governo. O National Bureau of Statistics da China cancelou a coletiva de imprensa habitual e muitas empresas adiaram a divulgação de seus relatórios de lucros.

Tentativas de compensação e excesso de capacidade

Em resposta à queda no setor imobiliário, a China intensificou investimentos em manufatura e exportações. Novos investimentos em fábricas aumentaram 9,5% no primeiro semestre do ano, mas isso levou a um excesso de mercadorias e capacidade industrial não utilizada. Para competir pelos consumidores, as empresas reduziram drasticamente os preços, mas a relutância dos consumidores em gastar persiste. Este excesso de produção industrial, combinado com o aumento das exportações, provocou reações globais, resultando em tarifas mais altas por parte de outros países.

Desafios no mercado imobiliário

A crise no mercado imobiliário continua a impactar negativamente a economia chinesa. As vendas de apartamentos estão se estabilizando após três anos de quedas, mas ainda em níveis baixos. A construção de moradias, anteriormente um dos maiores setores econômicos, está agora enfrentando grandes desafios. As empresas de construção, como o Zhongmei Engineering Group, estão vendo uma redução nos projetos internacionais, especialmente na África, e estão se voltando para projetos de infraestrutura doméstica com apoio de Pequim.

Pressões sobre o consumidor e o setor varejista

Os governos locais, enfrentando queda de receita devido à crise imobiliária da China, aumentaram a cobrança de impostos e taxas de serviços, afetando ainda mais a capacidade de consumo das famílias. As vendas no varejo cresceram apenas 2% em junho em relação ao ano anterior, sustentadas principalmente pelas vendas de alimentos, enquanto as vendas de automóveis caíram 6,2% no mesmo período. Especialistas sugerem que o governo aumente os gastos sociais para estimular o consumo, mas Pequim reluta em redirecionar fundos de outros setores.

Além disso, uma preocupação crescente é a possibilidade de deflação, que poderia desestabilizar ainda mais a economia. A queda nos preços ao produtor e o aumento tímido nos preços ao consumidor indicam um ambiente econômico frágil. O endividamento na China, especialmente entre empresas estatais, é um fator de risco adicional, com muitos cidadãos lutando para pagar hipotecas de imóveis desvalorizados.

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Pontos positivos recentes

Apesar dos desafios devidos a crise imobiliária, a economia da China teve alguns desenvolvimentos positivos recentemente. A suspensão de exigências de vistos para turistas de vários países resultou em um aumento imediato no número de visitantes internacionais, elevando as tarifas de hotéis em Xangai e Pequim. Além disso, o boom nas exportações de produtos manufaturados levou o superávit comercial do país a um recorde de US$ 99 bilhões no último mês.