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Apostas esportivas: 60% dos brasileiros já perderam dinheiro

Medidas visam prevenir vícios e aumentar arrecadação

Apostas Esportivas
Foto: Joédson Alves/ Agência Brasil
Apostas Esportivas
Foto: Joédson Alves/ Agência Brasil

Mais de 60% dos brasileiros que já fizeram apostas esportivas enfrentaram perdas financeiras, comprometendo o orçamento mensal. Em resposta a esse problema, o Ministério da Fazenda está finalizando, nos próximos 15 dias, um conjunto de regras para prevenir a dependência e a compulsão em apostas esportivas e jogos online.

O governo planeja regulamentar jogos populares, incluindo o Fortune Tiger, também conhecido como “jogo do tigrinho”. O governo planeja estabelecer um prazo para que as empresas do setor regularizem as operações no Brasil até o final deste ano.

Além de proteger os consumidores, a regulamentação tem como objetivo aumentar a arrecadação. A nova lei, em vigor desde dezembro do ano passado, espera gerar uma receita de R$ 12 bilhões por ano a partir de 2024. Em 2023, as empresas do setor movimentaram R$ 120 bilhões, um crescimento de 71% em comparação com 2020.

O crescente interesse dos brasileiros por apostas chamou a atenção das autoridades. Segundo dados da Comscore, o Brasil é o terceiro maior mercado de casas de apostas no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da Inglaterra.

A lei sancionada em dezembro de 2023 prevê a tributação das operadoras de apostas assim que começarem a operar com autorização no território nacional. No entanto, para que toda a legislação seja aplicada, o governo ainda precisa emitir portarias específicas.

Mudança de Hábito

Um estudo da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) revelou mudanças nos hábitos dos apostadores. Segundo o levantamento, 23% dos apostadores deixaram de comprar roupas para apostar, 19% reduziram as compras no mercado, e 11% cortaram gastos com saúde e medicamentos.

Além disso, o relatório da SBVC mostra que 64% dos apostadores utilizam a renda principal para fazer apostas, enquanto 49% também recorrem à renda extra.

O acesso fácil aos cassinos online e jogos de azar através de dispositivos móveis tem contribuído para o aumento no número de jogadores compulsivos. Atualmente, cerca de dois milhões de brasileiros são considerados viciados em jogos de azar. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o vício em jogos de azar como ludopatia, caracterizada pelo desejo incontrolável de continuar jogando.

Com a nova regulamentação, o governo busca criar um ambiente mais seguro e controlado para as apostas no Brasil, ao mesmo tempo que aumenta a arrecadação. A implementação dessas regras será importante para proteger os consumidores e garantir que as empresas operem de maneira responsável e transparente.