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Falha na CrowdStrike provoca apagão digital global

Erro em atualização afeta aeroportos e bancos mundialmente

Apagão digital - CrowdStrike
Um apagão digital nesta sexta-feira (19), gerou impactos econômicos no mundo (Imagem: Pixabay)
Apagão digital - CrowdStrike
Um apagão digital nesta sexta-feira (19), gerou impactos econômicos no mundo (Imagem: Pixabay)

Na madrugada desta sexta-feira (19), uma falha em uma atualização do software de segurança cibernética da CrowdStrike (CRWD) desencadeou um apagão digital que afetou aeroportos, bancos e redes de telecomunicações em várias partes do mundo. O incidente resultou em cancelamentos de voos e interrupções em canais de notícias. A origem do problema foi uma atualização defeituosa no produto de monitoramento de ameaças da CrowdStrike, que impactou o sistema operacional Windows da Microsoft (MSFT34).

A Microsoft reconheceu que a atualização de um software de terceiros estava causando travamentos em dispositivos Windows. George Kurtz, CEO da CrowdStrike, anunciou rapidamente a implementação de uma correção e garantiu que o problema não estava relacionado a um ataque cibernético. “Identificamos, isolamos e implementamos uma correção para o problema”, afirmou em uma postagem no X

A atualização defeituosa gerou a temida “Tela Azul da Morte” em milhares de máquinas Windows ao redor do mundo, afetando a operação de bancos, companhias aéreas, emissoras de TV, supermercados e outras empresas. Servidores ficaram offline, impedindo a inicialização correta dos computadores.

Impacto econômico

Esse tipo de interrupção, o apagão digital é raro e possui grandes implicações econômicas. “Isso não tem precedentes”, declarou Alan Woodward, professor de segurança cibernética na Surrey University, à Bloomberg. “O impacto econômico será enorme.”

As ações da CrowdStrike sofreram uma queda de 20% nas negociações de pré-mercado nesta sexta-feira, enquanto as ações da Microsoft caíram 2,5%.

Europa, Ásia e Oceania

Na Alemanha, o aeroporto de Berlim suspendeu temporariamente todos os voos devido a falhas técnicas. Os serviços de check-in foram restabelecidos, mas os atrasos persistiram. Outros aeroportos, como o de Hamburgo, também enfrentaram dificuldades, mas as interrupções foram administráveis. Além disso, dois hospitais alemães cancelaram cirurgias eletivas.

Na África do Sul, um dos maiores bancos do país, o Capitec Bank, interrompeu todos os serviços aos clientes devido à falha, mas conseguiu restabelecer os sistemas posteriormente.

Na Austrália, a Qantas informou que seus voos estavam operando com alguns atrasos. A Air New Zealand relatou um alto volume de chamadas de clientes e orientou que apenas aqueles com voos nas próximas 48 horas entrassem em contato. A Sky News enfrentou dificuldades nas transmissões ao vivo e o problema afetou os sistemas de computadores do serviço público de saúde.

Na Espanha, a Aena, administradora de aeroportos, relatou problemas em todos os aeroportos do país, principalmente nos sistemas de faturamento e informações de trânsito. A TV pública RTVE destacou que o problema global estava impactando os processos nos aeroportos espanhóis.

Nos Estados Unidos, as principais companhias aéreas, como American Airlines, United e Delta, suspenderam todos os voos, enquanto a JetBlue continuou operando normalmente.

Em Paris, na França, a falha também impactou os centros de credenciamento de imprensa para os Jogos Olímpicos, que começam na próxima semana.

Em Hong Kong, a Cathay Pacific informou que os quiosques de check-in automáticos no Aeroporto Internacional de Hong Kong não estavam funcionando, forçando as companhias aéreas a recorrerem a procedimentos manuais.

Outros países afetados

Em Israel, pelo menos 15 hospitais relataram problemas devido à falha. Boatos sobre alterações no telefone de emergência pioraram a situação, criando um “estado de caos”, segundo a mídia local. Agências de correios, portos e shoppings também tiveram suas operações interrompidas.

Nos Países Baixos, a Air France-KLM suspendeu a maior parte de suas operações. O aeroporto de Schiphol, em Amsterdã, foi severamente afetado, interrompendo voos de chegada e partida.

Em Portugal, a administradora de aeroportos Ana informou “obstáculos no processo de check-in e embarque de alguns voos”, embora o sistema dos aeroportos portugueses não tenha sido diretamente afetado. Os aeroportos de Lisboa, Porto e Faro enfrentaram atrasos.

No Reino Unido, o aeroporto de Gatwick enfrentou problemas desde cedo, impactando os sistemas de check-in, bagagem e segurança de algumas companhias aéreas. “Estamos usando nosso sistema de backup, mas alguns passageiros podem enfrentar atrasos no check-in e na passagem pela segurança”, afirmou o aeroporto em comunicado.

Trens também foram afetados. “Estamos enfrentando problemas informáticos de grande escala em toda a nossa rede”, disseram as quatro companhias ferroviárias do grupo Govia Thameslink Railway nas redes sociais.

Na Tailândia, houve relatos de diversos voos atrasados e cancelados no aeroporto de Don Mueang, em Bangkok, devido à falha nos sistemas.