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O que está por trás do apoio do Vale do Silício a Trump?

Mudança no Vale do Silício: Donald Trump e o novo cenário tecnológico

Mudança política no Vale do Silício - Mark Zuckeberg é um dos mais novos 'trumpistas'. (Foto: The White House/Wikimedia Commons)
Mudança política no Vale do Silício - Mark Zuckeberg é um dos mais novos 'trumpistas'. (Foto: The White House/Wikimedia Commons)
Mudança política no Vale do Silício - Mark Zuckeberg é um dos mais novos 'trumpistas'. (Foto: The White House/Wikimedia Commons)
Mudança política no Vale do Silício - Mark Zuckeberg é um dos mais novos 'trumpistas'. (Foto: The White House/Wikimedia Commons)

Desenvolvimentos recentes destacam uma mudança política no Vale do Silício, uma área historicamente dominada por ideologias liberais. Figuras influentes da tecnologia, como Elon Musk, David Sacks e Marc Andreessen, expressaram abertamente seu apoio à campanha de reeleição do ex-presidente Donald Trump. Essa mudança é digna de nota, especialmente em face ao alinhamento anterior da indústria tecnológica com candidatos democratas.

Mudança política no Vale do Silício: influência financeira nas eleições

Vários doadores proeminentes do Vale do Silício estão utilizando sua riqueza substancial para influenciar as próximas eleições em favor de Trump. Esse movimento é sintomático, já que muitos líderes importantes de tecnologia, como o CEO do Google, Sundar Pichai, e o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, mantêm uma postura neutra. No entanto, Zuckerberg recentemente expressou comentários positivos sobre Trump, indicando uma possível mudança em sua posição.

Elon Musk, proprietário da plataforma de mídia social X (anteriormente Twitter), declarou seu apoio a Trump logo após o atentado contra o ex-presidente, afirmando: “Eu apoio totalmente o presidente Trump e desejo sua rápida recuperação”​.

Compromissos financeiros

Marc Andreessen e Ben Horowitz, pioneiros da internet cuja empresa de capital de risco controla US$ 35 bilhões, apoiaram a chapa Trump-Vance logo após a declaração de Musk. Keith Rabois, cofundador do PayPal e do LinkedIn, que uma vez chamou Trump de “sociopata”, prometeu US$ 1 milhão para a campanha republicana, agora criticando a administração de Biden​​.

Esses investidores em tecnologia, junto com outros como Chamath Palihapitiya e David Sacks, apresentadores do podcast “All-In”, e parceiros da Sequoia Capital, Doug Leone e Shaun Maguire, estão contribuindo para um novo comitê de ação política pró-Trump liderado por Joe Lonsdale, cofundador da Palantir Technologies e da firma de capital de risco 8VC.

Motivações por trás da mudança

Shervin Pishevar, que anteriormente defendia a secessão da Califórnia dos EUA, mudou-se para Miami, Flórida, e agora apoia Trump. Pishevar acredita que o Partido Democrata mudou desde a era Obama, e que o Partido Republicano está mais aberto a ideias inovadoras e à reconstrução da economia dos EUA através da tecnologia​.

Essa mudança é impulsionada por vários fatores, incluindo queixas pessoais. Musk, por exemplo, foi excluído de um evento da Casa Branca sobre veículos elétricos em 2021 devido à sua posição anti-sindical, alimentando seu apoio atual a Trump. Além disso, questões como o aumento de impostos, a crescente criminalidade na Califórnia e batalhas regulatórias sobre antitruste, criptografia e inteligência artificial levaram muitos bilionários da tecnologia a reconsiderar suas afiliações políticas​.

Implicações mais amplas para o Vale do Silício

Apesar da mudança, a indústria tecnológica permanece predominantemente liberal. Segundo o Open Secrets, cerca de 80% das doações de empresas de internet foram para democratas neste ciclo eleitoral, embora isso seja uma diminuição de 90% em 2020. Veteranos da tecnologia, como o conselheiro da Microsoft, Reid Hoffman, continuam a apoiar o presidente Joe Biden​.

Alguns argumentam que essa tendência é exagerada e impulsionada por um pequeno número de figuras influentes com plataformas substanciais. Michael Moritz, ex-líder da Sequoia Capital, acredita que esses financiadores estão agindo apenas em seus próprios interesses, semelhante aos banqueiros de Wall Street. Ele sustenta que eles não representam a comunidade tecnológica mais ampla​.

As divisões políticas dentro do Vale do Silício refletem os sentimentos nacionais, com amigos e colegas divididos sobre se um segundo mandato de Trump representa uma ameaça ou uma oportunidade. Enquanto alguns executivos proeminentes, como Hoffman, apoiam Biden, outros, como Andreessen e Horowitz, veem Trump como uma forma de reduzir a carga tributária e aumentar os lucros de seus negócios.

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Preocupações regulamentares e ideológicas

O escrutínio regulatório intensificou-se sob a administração Biden, com figuras como Lina Khan da Comissão Federal de Comércio e Jonathan Kanter do Departamento de Justiça visando monopólios tecnológicos. Isso levou a uma paralisação em fusões e aquisições, impactando startups apoiadas por capital de risco​.

Os avanços rápidos em inteligência artificial (IA) aumentaram as preocupações entre as empresas de tecnologia. Boris Feldman, chefe da prática global de tecnologia da Freshfields, alerta que a hostilidade antitruste da administração atual pode prejudicar o desenvolvimento da IA, colocando os EUA em desvantagem em relação a países não ocidentais​.

Nesse sentido, a postura de Trump sobre tecnologia, particularmente seu ceticismo em relação à regulamentação, alinha-se com os interesses de muitos líderes tecnológicos. Isso inclui seu apoio à indústria de criptomoedas, onde a Andreessen Horowitz tem um interesse financeiro.