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Dólar fecha em queda com expectativa de alta nos juros

Real se valoriza com possível aumento de juros pelo BC

Dólar
Dólar, é a moeda oficial dos Estados Unidos (Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil)
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Dólar, é a moeda oficial dos Estados Unidos (Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil)

O dólar à vista começou as negociações desta quinta-feira (25) em alta, atingindo o pico de R$ 5,69 pela manhã. A movimentação foi influenciada pela recuperação do iene e pela queda nos preços das commodities, fatores que pressionam as moedas de países emergentes. No entanto, ao longo do dia, a moeda norte-americana mudou de direção e passou a cair, com os investidores reagindo aos dados de inflação no Brasil, que foram piores do que o esperado para julho.

O mercado passou a considerar uma chance de 21% de o Banco Central aumentar os juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na semana que vem, o que deu um impulso ao real. O dólar comercial encerrou o dia com uma queda de 0,16%. A moeda foi cotada a R$ 5,647 na compra e R$ 5,648 na venda. Contudo, na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento (DOLc1) caiu 0,12%, fechando a 5.653 pontos.

Na sessão anterior, o dólar à vista fechou cotado a R$ 5,656 na venda, uma alta de 1,24%. É a segunda maior cotação de fechamento de 2024, superada apenas pelos R$ 5,6665 registrados em 2 de julho.

Cotações do Dólar

Dólar Comercial

  • Compra: R$ 5,647
  • Venda: R$ 5,648

Dólar Turismo

  • Compra: R$ 5,679
  • Venda: R$ 5,859

Influências externas

Apesar da valorização do real em relação ao dólar, fatores externos continuam a gerar forte pressão sobre os mercados emergentes. A queda nos preços das commodities, como petróleo e minério de ferro, está sendo provocada pela deterioração das perspectivas econômicas da China. Atualmente, o país é o maior importador mundial. Isso afeta negativamente os países exportadores de commodities, como o Brasil.

Além disso, o iene tem se recuperado frente ao dólar, impulsionado por especulações de que o Banco do Japão possa elevar os juros na próxima reunião de política monetária. A expectativa de redução do diferencial de juros entre Japão e Estados Unidos, junto com a possibilidade de cortes de juros pelo Federal Reserve ainda este ano, tem resultado na reversão de operações de “carry trade”. Nessas operações, investidores vendem ienes para investir em países com juros mais altos, como o Brasil. Então, a perspectiva de alta de juros no Japão leva esses investidores a desfazerem suas posições, provocando uma fuga de capital dos mercados emergentes.

Mercado Cambial

Nesta quinta-feira, o dólar recuou 0,49% em relação ao iene, sendo cotado a 153,12 ienes por dólar. A valorização do iene e a fraqueza das commodities fizeram com que a moeda norte-americana ganhasse força contra o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno.

 

Cenário Nacional

No Brasil, o mercado analisou os dados do IPCA-15, que vieram acima das expectativas dos economistas consultados pela Reuters, apesar de uma desaceleração em relação aos meses anteriores. Sendo assim, o IBGE informou que o IPCA-15 subiu 0,30% em julho, após um aumento de 0,39% em junho, mas acima da expectativa de 0,23%. O resultado elevou a taxa anual para 4,45%, comparado aos 4,06% de junho e uma expectativa de 4,38%.

Copom

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reunirá na próxima semana para deliberar sobre a taxa de juros, em meio ao fortalecimento do dólar e preocupações com a inflação. Portanto, a curva de juros futuros agora precifica uma probabilidade de 21% de um aumento nos juros, influenciando as próximas movimentações no mercado cambial e financeiro.