Muitos são os desafios do empreendedorismo feminino no Brasil. De acordo com a pesquisa Empreendedorismo Feminino, realizada pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), o número de mulheres proprietárias de negócios no Brasil alcançou 10,3 milhões em 2022, um crescimento de 30% em relação a 2021. Apesar do crescimento recorde, uma pesquisa mais recente da instituição revelou estatísticas desafiadoras para o empreendedorismo feminino.
Dados relevam que apesar da abertura de CNPJ’s ser equivalente para homens e mulheres, negócios femininos possuem menor lucro e faturamento, pagam maior taxação e possuem baixa diversificação. Segundo a pesquisa, estes fatores estão associados a pontos como a sobrecarga em responsabilidades domésticas, a influência da maternidade e a falta de tempo para cuidados pessoais.
Para crescer nos negócios e driblar esses desafios, mulheres tem buscado apostar em inovação e inserido em produtos e serviços uma tendência de mercado: a personalização.
Entrevista com a empreendedora Gisele Gomes
Para retratar o empreendedorismo feminino, convidamos Gisele Gomes, artesã de Fortaleza (CE) e dona das marcas Crochê e Artes (@croche.artess)e Bela Bag (@belabagloja) para uma entrevista exclusiva sobre suas experiências nos negócios. Só em 2022, o artesanato movimentou mais de R$ 100 bilhões e segue como tendência de moda nas passarelas.
Confira na íntegra
ENB: Qual foi sua trajetória até o empreendedorismo?
Gisele Gomes: Trabalhei como costureira desde os 16 anos de idade, sempre fui apaixonada por moda e arte, tenho muita habilidade e criatividade nisso. Já fui maquiadora e promotora de eventos, mas me encontrei no crochê, que começou como uma curiosidade de aprender (aprendi sozinha vendo vídeos no YouTube) e virou meu trabalho.
ENB: Qual sua visão sobre empreender?
Gisele Gomes: Empreender é ter a coragem de transformar uma ideia em realidade, enfrentando desafios e se adaptando constantemente às mudanças do mercado. Minha visão é criar e inovar peças únicas e personalizadas, aproveitando as tendências e demandas do mercado. É importante valorizar o trabalho artesanal, destacando a qualidade e o tempo investido em casa peça.
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ENB: Conte um pouco sobre suas marcas
Gisele Gomes: Minhas marcas são voltadas para a criação de produtos artesanais exclusivos, com foco em crochê e bags de miçangas. Cada peça é feita à mão, com cuidado e atenção aos detalhes, garantindo qualidade e originalidade. Meu público-alvo geralmente são mulheres jovens e adultas interessadas em moda artesanal e sustentável.
ENB: Você considera que o empreendedorismo feminino tem desafios extras?
Gisele Gomes: Além do meu trabalho, tenho um papel ainda mais importante e gratificante: sou mãe solo de uma criança de 4 anos autista. Esta jornada como mãe tem sido desafiadora, mas também incrivelmente enriquecedora. Aprendo diariamente com meu filho e faço o possível para proporcionar a ele um ambiente amoroso e estimulante.
Equilibrar meu empreendimento e as responsabilidades de mãe solo não é fácil, mas é algo que faço com orgulho e determinação. Acredito que com força de vontade e paixão, é possível superar qualquer obstáculo e alcançar o sucesso, tanto no aspecto profissional quanto no pessoal.
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