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Dólar em alta e mercados em queda: impactos da desaceleração econômica dos EUA

Cautela global cresce com sinais de recessão nos Estados Unidos e resultados corporativos abaixo do esperado

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Dólar em alta e mercados em queda: os impactos de uma possível recessão americana./(Foto: Karolina Grabowska).
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Dólar em alta e mercados em queda: os impactos de uma possível recessão americana./(Foto: Karolina Grabowska).

Nesta segunda-feira, 5 de agosto, o dólar abriu com alta, atingindo R$5,80. O valor é reflexo do crescente receio de uma possível recessão econômica nos Estados Unidos. O aumento do dólar ocorre em um cenário de inquietação global, onde o mercado aguarda novas informações sobre a economia americana e sua política monetária. 

Desaceleração dos empregos e taxa de juros elevada 

Na última sexta-feira, 2 de agosto, o relatório de empregos dos Estados Unidos revelou que o mercado de trabalho está desacelerando. O payroll, que mede o desempenho do setor privado, registrou a criação de 97 mil vagas em julho, uma cifra abaixo das expectativas do mercado e inferior ao mês anterior. Este dado sugere uma desaceleração na economia, agravada pela taxa de juros alta que permanece entre 5,25% e 5,50% ao ano. 

A manutenção dessas taxas elevadas pelo Federal Reserve (Fed) intensifica as preocupações sobre a força da economia americana. Juros altos encarecem o crédito e financiamento, potencialmente reduzindo o consumo e os investimentos, o que pode levar a uma desaceleração econômica mais pronunciada. 

Impactos no Mercado Financeiro Global 

O impacto desses dados se reflete nas bolsas de valores globalmente. As bolsas de valores enfrentam fortes quedas, impulsionadas pela cautela dos investidores e pela expectativa de uma possível recessão. Na Ásia, o índice Nikkei 225, da bolsa de Tóquio, despencou 12,40%, uma queda significativa que não se via desde a crise financeira global de 2011. Outros índices asiáticos, como o Taiex em Taiwan e o Hang Seng em Hong Kong, também registraram perdas expressivas.  

Na Europa, a situação não é diferente. O índice STXX Europe 600, que abrange 600 empresas em 17 países, recuava mais de 3%, refletindo o pessimismo generalizado no continente. 

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Performance do Dólar e do Ibovespa 

O dólar, por sua vez, apresentava alta de 1,66% às 09h15, cotado a R$ 5,8036. No máximo do dia, a moeda alcançou R$ 5,8641. Essa alta é um reflexo direto das incertezas econômicas e da alta taxa de juros nos Estados Unidos. No mês passado, o dólar teve um ganho de 0,97%, e no ano, acumulou alta de 17,65%. 

O índice Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo, começou o dia em queda, após ter fechado a última sessão com uma perda de 1,21%, aos 125.854 pontos. O Ibovespa acumulou queda de 1,32% na semana e 6,24% no ano. 

Expectativas e Repercussões  

As expectativas de uma possível redução na taxa de juros pelo Fed em setembro estão no centro das atenções dos investidores. Embora o mercado aguarde um possível corte de juros, a atual cautela é alimentada por uma série de balanços corporativos decepcionantes, incluindo resultados abaixo das expectativas para grandes empresas de tecnologia como Amazon e Intel.