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Elon Musk anuncia segundo paciente com chip cerebral da Neuralink

Neuralink avança em testes de implantes cerebrais com novo paciente

Elon Musk posa com sua iniciativa na área de neurotecnologia. (Foto: Divulgação/Wikimedia Commons).
Elon Musk posa com sua iniciativa na área de neurotecnologia. (Foto: Divulgação/Wikimedia Commons).
Elon Musk posa com sua iniciativa na área de neurotecnologia. (Foto: Divulgação/Wikimedia Commons).
Elon Musk posa com sua iniciativa na área de neurotecnologia. (Foto: Divulgação/Wikimedia Commons).

A Neuralink, empresa de neurotecnologia de Elon Musk, implantou com sucesso seu chip cerebral em um segundo paciente humano. O anúncio foi feito pelo próprio Musk durante uma entrevista em um podcast na última sexta-feira (2). Este marco representa, em tese, um avanço nos testes clínicos da empresa, cujo objetivo é auxiliar pessoas com lesões na medula espinhal.

Primeiro paciente com chip cerebral da Neuralink

O primeiro paciente da Neuralink, Noland Arbaugh, de 29 anos, conseguiu realizar atividades como jogar videogame, navegar na internet, postar em redes sociais e mover o cursor de um laptop utilizando apenas seus pensamentos. Estas informações foram confirmadas pela agência Reuters. A implantação inicial ocorreu em janeiro, mas Arbaugh enfrentou problemas quando alguns dos cabos revestidos de eletrodos do implante se retraíram, diminuindo drasticamente o número de eletrodos operacionais.

Detalhes sobre o segundo paciente

Durante a entrevista, Musk revelou poucos detalhes sobre o segundo paciente, afirmando apenas que ele possui uma lesão na medula espinhal semelhante à de Arbaugh. Apesar da falta de detalhes específicos, Musk indicou que 400 dos eletrodos do implante cerebral do segundo paciente estão funcionando, enquanto o dispositivo da Neuralink possui um total de 1.024 eletrodos.

Progresso e expectativas futuras

Elon Musk expressou a esperança de que a Neuralink possa fornecer implantes a mais oito pacientes até o final deste ano, como parte dos ensaios clínicos em andamento. No mês anterior, Musk havia anunciado a retomada dos implantes em humanos após resolver os problemas iniciais que afetaram Arbaugh. A empresa fez alterações no algoritmo do dispositivo para torná-lo mais sensível, o que restaurou parcialmente a capacidade do implante de monitorar os sinais cerebrais de Arbaugh.

Musk acredita, ainda, que os implantes cerebrais da Neuralink poderão, em breve, permitir que pessoas superem jogadores profissionais de videogame devido à velocidade de reação aumentada proporcionada pela tecnologia. O CEO da Neuralink prevê que a relação entre humanos e inteligência artificial será estreitada, permitindo uma comunicação mais rápida e eficiente.

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Críticas de Miguel Nicolelis à Neuralink

Entretanto, o neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, renomado por suas contribuições no campo das interfaces cérebro-máquina, expressou ceticismo em relação aos avanços da Neuralink. Nicolelis, professor emérito da Duke University, tem uma longa trajetória de pesquisa em neurociência e é um dos pioneiros na utilização de interfaces não invasivas para tratar paralisia.

Nicolelis afirmou que a tecnologia da Neuralink não apresenta inovações e criticou a abordagem invasiva da empresa. Ele destacou que muitas condições de paralisia podem ser tratadas com tecnologias não invasivas que já demonstraram eficácia ao longo dos últimos anos. “Eles estão vivendo de propaganda e de má ficção científica”, disse Nicolelis, sugerindo que a Neuralink está mais focada em publicidade do que em avanços científicos concretos​.

Além disso, Nicolelis comparou as técnicas usadas pela Neuralink com as suas próprias pesquisas realizadas na Duke University, onde conseguiu que pacientes controlassem braços robóticos e exoesqueletos sem a necessidade de cirurgia. Em 2014, um voluntário utilizando um dos dispositivos desenvolvidos por Nicolelis chutou uma bola durante a abertura da Copa do Mundo no Brasil, exemplificando o potencial das interfaces não invasivas.