Na segunda-feira (05), o índice Nikkei 225 de Tóquio registrou uma queda histórica de 12,4%, a maior desde a “Black Monday” de 1987. O índice perdeu 4.451 pontos, levando suas perdas acumuladas desde o início de julho para 25% e entrando em um mercado de baixa.
A queda do Nikkei foi impulsionada pelo medo de uma desaceleração econômica nos Estados Unidos, que provocou uma onda de choque nos mercados globais. A expectativa de que o Federal Reserve reduza as taxas de juros, enquanto o Banco do Japão (BOJ) as aumenta para combater a inflação, valorizando o iene e tornou as ações japonesas menos atrativas.
Contudo, a turbulência no mercado japonês se espalhou rapidamente para outros mercados asiáticos e europeus. O índice Taiex de Taiwan caiu 8,4%, enquanto o Kospi da Coreia do Sul despencou 8,8%. Na Europa, o índice Stoxx Europe 600 caiu 2,5%, acumulando uma queda de 6% nos últimos cinco dias. Nos Estados Unidos, os futuros da Nasdaq recuaram 4%, enquanto os futuros do Dow e do S&P 500 caíram 1,5% e 2,3%, respectivamente.
A volatilidade no Japão começou na semana passada, após o BOJ aumentar as taxas de juros pela segunda vez neste ano e anunciar a redução das compras de títulos. A rápida valorização do iene prejudicou exportadores japoneses e forçou muitos investidores a desfazerem operações de carry trade.
A China divulgou uma queda no índice de gerentes de compras (PMI), indicando fraqueza na atividade industrial. Nos Estados Unidos, grandes empresas como Amazon e Intel relataram perdas, aumentando os temores de uma desaceleração econômica. Na sexta-feira, os mercados norte-americanos já haviam fechado em baixa, com dados de emprego fracos intensificando as preocupações.
Commodities e Criptomoedas
Os preços do petróleo caíram para os níveis mais baixos desde janeiro, e o Bitcoin sofreu uma queda de mais de 12%, ficando abaixo de US$ 53.000. A combinação de políticas monetárias divergentes, preocupações econômicas nos EUA e fraqueza na China criou um cenário de incerteza e volatilidade.
A forte queda do Nikkei 225 é um alerta para os investidores globais sobre os riscos econômicos atuais. Acompanhar de perto as políticas monetárias e as condições econômicas globais será essencial para navegar esse período de instabilidade.
