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Recessão nos EUA: como a queda na bolsa afeta o mercado global

Ações despencam com temores de recessão nos EUA e alta do iene

(Foto: Scott Beale/Wikimedia Commons)
(Foto: Scott Beale/Wikimedia Commons)
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(Foto: Scott Beale/Wikimedia Commons)

Nesta segunda-feira (5), os mercados de ações globais enfrentaram uma forte queda, impulsionada por temores de uma recessão iminente nos Estados Unidos. As bolsas da Ásia, Oceania e Europa, bem como os índices futuros de Nova York, registraram quedas. Este movimento foi desencadeado por dados econômicos fracos divulgados na sexta-feira (2), que ampliaram o medo de uma recessão na maior economia do mundo.

Queda na bolsa: desempenho dos mercados na Ásia

Na Ásia, o índice Nikkei 225, de Tóquio, despencou 11,6%, um índice não visto desde a crise financeira global de 2011. O Topix também registrou uma queda acentuada de mais de 7%. Em Taiwan, o índice Taiex caiu 5,7%, enquanto o Hang Seng de Hong Kong recuou 2,1%. Na Austrália, o S&P/ASX200 teve uma queda de 1,3% e na Coreia do Sul, o Kospi caiu 3,4%.

Os circuit breakers, mecanismos que interrompem o pregão em caso de oscilações bruscas, foram acionados em várias bolsas asiáticas para rebalancear as ordens de compra e venda e proteger o mercado da volatilidade.

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Impacto na Europa

As ações europeias também abriram em baixa. Na França, o CAC 40 caiu 2,1%, enquanto o IBEX da Espanha recuou 2,8% e o FTSE 100 do Reino Unido caiu 1,7%. A liquidação das ações foi amplificada por juros altos nos Estados Unidos e tensões no Oriente Médio.

Influência dos dados econômicos dos EUA

O medo de uma recessão foi exacerbado pela divulgação de dados fracos sobre a geração de empregos nos Estados Unidos. Em julho, os empregadores criaram 114 mil vagas, bem abaixo da expectativa de 185 mil, e a taxa de desemprego aumentou. Grandes empresas americanas, como Amazon e Intel, também relataram resultados financeiros decepcionantes, aumentando as preocupações com a economia.

Análise dos especialistas

Analistas do JPMorgan atribuíram uma probabilidade de 50% a uma recessão nos EUA. Michael Feroli, economista da instituição, espera um corte de 50 pontos base na taxa de juros na reunião de setembro do Federal Reserve (Fed), seguido por outro corte de 50 pontos base em novembro. A preocupação é que o Fed possa ter mantido os juros altos por tempo demais, aumentando os riscos de recessão.

Valorização do Iene

A alta do iene, que se valorizou mais de 10% em relação ao dólar americano no último mês, também influenciou a queda das ações. Um iene mais forte torna os produtos japoneses mais caros e menos atraentes para compradores estrangeiros. O Banco do Japão elevou as taxas de juros para o nível mais alto desde a crise financeira global de 2008, contribuindo para a valorização da moeda.

Impactos no mercado de criptomoedas

As criptomoedas também foram afetadas. O Bitcoin caiu para cerca de US$ 50.000, seu menor nível desde fevereiro. A queda foi impulsionada pela aversão ao risco entre os investidores, que buscaram proteção em ativos mais seguros.