A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) está prevista para divulgar até o final de setembro a regulamentação definitiva dos Fundos de Investimentos nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagros). A informação foi confirmada pelo presidente da CVM, João Pedro Nascimento, durante o 23º Congresso Brasileiro do Agronegócio, que ocorreu na segunda-feira (5). O evento foi promovido pela Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), em colaboração com a B3.
Durante o congresso, João Pedro Nascimento destacou que a regulamentação dos Fiagros é uma etapa crucial para a integração do setor agroindustrial com o mercado de capitais. “Estamos ansiosos para fornecer uma estrutura que facilite o acesso dos investidores ao mercado agroindustrial, promovendo a transparência e a governança necessárias”, afirmou Nascimento.
Democratização do acesso ao mercado agroindustrial
Fabiana Perobelli, superintendente de Relacionamento com Clientes da B3, ressaltou a importância do Fiagro na democratização do investimento no setor agro. “A beleza do Fiagro reside em sua capacidade de reunir diferentes instrumentos financeiros, como CPR, CRA e CDCA, em um formato simplificado. Isso permite que mais investidores tenham acesso ao mercado agroindustrial”, explicou Perobelli.
Atualmente, os Fiagros ainda não têm regulamentação própria no Brasil, e suas operações estão atreladas às normas dos fundos imobiliários. A futura regulamentação deverá oferecer um conjunto de regras específicas que visam facilitar o funcionamento e a expansão desses fundos no país.
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Desafios e oportunidades no mercado de capitais
Perobelli também destacou a importância da governança e da transparência trazidas pelo mercado de capitais. Ela mencionou que há um grande apetite por projetos ambientais, mas o Brasil enfrenta desafios relacionados à segurança jurídica e à formação de preços. “O Brasil precisa ser um protagonista na formação de preços e enfrentar o desafio da segurança jurídica para garantir um ambiente de investimento estável”, disse Perobelli.
Segundo um estudo da CVM, o setor agroindustrial representa menos de 5% da participação total no mercado de capitais. Embora os instrumentos financeiros relacionados ao agro tenham experimentado um crescimento superior a 100%, a base é ainda muito baixa. “Há muitas oportunidades para promover a aproximação do agro com o mercado de capitais. Esse movimento não só tem uma função social importante, mas também contribui para o cumprimento dos compromissos de sustentabilidade”, completou Nascimento.
