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Braskem registra recorde de prejuízo no 2º trimestre de 2024

Impacto da variação cambial e eventos climáticos contribuíram para o resultado

Entenda as razões do prejuízo da Braskem no 2° trimestre de 2024. (Foto: Braskem Brasil/Wikimedia Commons)
Entenda as razões do prejuízo da Braskem no 2° trimestre de 2024. (Foto: Braskem Brasil/Wikimedia Commons)
Entenda as razões do prejuízo da Braskem no 2° trimestre de 2024. (Foto: Braskem Brasil/Wikimedia Commons)
Entenda as razões do prejuízo da Braskem no 2° trimestre de 2024. (Foto: Braskem Brasil/Wikimedia Commons)
A Braskem, uma das maiores petroquímicas do Brasil, apresentou um prejuízo líquido de R$ 3,73 bilhões no segundo trimestre de 2024, um aumento de 385% em comparação ao prejuízo de R$ 771 milhões registrado no mesmo período do ano passado. Esse resultado é atribuível aos acionistas e foi divulgado nas demonstrações financeiras na noite de quarta-feira (7).

Prejuízo da Braskem no 2º trimestre de 2024: desempenho financeiro e operacional

Segundo o relatório, a receita líquida da Braskem no segundo trimestre de 2024 foi de R$ 19,0 bilhões, o que representa um aumento de 7% em relação aos R$ 17,7 bilhões obtidos no mesmo trimestre de 2023. Apesar do crescimento na receita, a empresa enfrentou desafios significativos que impactaram seus resultados.
O Ebitda (resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Braskem no período foi de R$ 1,66 bilhão, um aumento impressionante de 137% em relação aos R$ 703 milhões registrados no segundo trimestre do ano anterior. Esse crescimento substancial do Ebitda indica que a empresa conseguiu melhorar sua eficiência operacional e sua capacidade de geração de caixa, apesar dos obstáculos enfrentados.

Impacto da variação cambial

A Braskem atribuiu o prejuízo principalmente ao impacto negativo de R$ 4,5 bilhões devido à variação cambial. Esse efeito adverso no resultado financeiro foi um dos principais fatores que contribuíram para o aumento do prejuízo líquido no trimestre.
No acumulado do ano, a Braskem registrou um prejuízo líquido atribuível aos acionistas de US$ 982 milhões, ou R$ 5,1 bilhões, ressaltando a persistência dos desafios financeiros que a empresa enfrenta.

Desafios operacionais

Do ponto de vista operacional, o segundo trimestre de 2024 foi marcado por paradas programadas e não programadas, exacerbadas por um evento climático extremo que atingiu o Rio Grande do Sul. Fortes chuvas e enchentes no estado afetaram a operação da Braskem, impactando negativamente a taxa de utilização do segmento Brasil em 4 pontos percentuais.
Apesar desses desafios, a diversificação geográfica das centrais petroquímicas da Braskem foi crucial para manter o atendimento aos clientes e mitigar parcialmente os efeitos negativos na operação.

Condenação em Haia

Em meio ao prejuízo do 2º trimestre de 2024, a Braskem também enfrentou questões legais. No mês passado, o Tribunal de Roterdã, na Holanda, condenou a empresa pelo afundamento de solo em bairros de Maceió, causado pela mineração de sal-gema realizada pela Braskem ao longo de anos. A decisão judicial ordenou o pagamento de indenizações aos moradores afetados, embora os valores específicos não tenham sido divulgados. A empresa ainda pode recorrer dessa decisão.
Essa condenação pode estabelecer uma jurisprudência importante para outras vítimas em situações semelhantes, mesmo que a responsabilidade tenha sido focada na matriz brasileira da Braskem e não em suas subsidiárias holandesas.

Leia também: Braskem tem prejuízo bilionário no 4º trimestre de 2023

Investigação parlamentar

O problema do afundamento do solo em Maceió ganhou destaque em 2018, quando a extração de sal-gema pela Braskem foi apontada como a causa do fenômeno. Em dezembro do ano passado, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi instalada no Senado para investigar a responsabilidade da empresa. Segundo o governo de Alagoas, cerca de 200 mil pessoas foram afetadas, direta ou indiretamente, pelo afundamento do solo.