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CPFL Energia vê queda de lucro e EBITDA, mas recuperação surpreende

Enchentes no Rio Grande do Sul impactaram resultados

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CPFL vê queda em lucro e EBITDA, mas recuperação surpreende/(Foto: Moklebust/Pexels).
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CPFL vê queda em lucro e EBITDA, mas recuperação surpreende/(Foto: Moklebust/Pexels).

A CPFL Energia (CPFE3) anunciou os resultados financeiros para o segundo trimestre de 2024, revelando uma queda significativa tanto no lucro líquido quanto no EBITDA. A companhia controlada pela State Grid da China registrou um lucro líquido de R$ 1,1 bilhão no segundo trimestre, representando uma redução de 11,8% em comparação ao mesmo período do ano passado. O EBITDA também apresentou uma diminuição de 7,1%, totalizando R$ 2,83 bilhões.  

Os resultados foram impactados de forma significativa pelos prejuízos relacionados às enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul em maio. O evento climático resultou em um impacto negativo de R$ 112 milhões nas operações da CPFL, refletindo a baixa de ativos e o aumento dos custos operacionais necessários para lidar com os efeitos da tragédia. . No entanto, a recuperação mais rápida do Estado tem trazido uma perspectiva otimista para a empresa. 

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Desafios e recuperação no Rio Grande do Sul  

Gustavo Estrella, CEO da CPFL, afirmou que a recuperação no Rio Grande do Sul tem surpreendido positivamente. Segundo Estrella, os desafios enfrentados pela empresa já foram amplamente abordados nos últimos meses. A distribuidora RGE, responsável por 65% do consumo de energia do Estado, já restabeleceu seus serviços a todos os clientes afetados. 

Estrella comentou que o número de unidades consumidoras destruídas pelas enchentes foi de 3,5 mil, bem abaixo da projeção inicial de 30 mil a 50 mil unidades. “A boa notícia é que o impacto foi menor do que o esperado, e a recuperação está ocorrendo de forma mais rápida do que projetamos”, afirmou o CEO. 

Ações para recuperação 

Na área de geração de energia, a CPFL está focada na reconstrução da casa de força da hidrelétrica Monte Claro e na recuperação da barragem da usina 14 de Julho. O CEO destacou também a importância do diferimento do reajuste tarifário anual da RGE, negociado com o BNDES. “Essa medida evita um aumento de tarifa para os clientes e representa uma solução benéfica em um momento de crise”, disse Estrella. 

Além disso, o consumo de energia no Rio Grande do Sul, especialmente nas indústrias e no comércio, apresentou um crescimento de 7% em julho. Estrella acredita que esse aumento pode ser resultado de demanda reprimida e formação de estoque. 

Impactos dos cortes na geração renovável  

A CPFL também enfrentou perdas de R$ 21 milhões no trimestre devido a cortes na geração de energia renovável, impostos pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A empresa registrou uma redução na geração eólica, de 748 GWh no segundo trimestre de 2023 para 664 GWh no mesmo período de 2024. Essa diminuição deve-se tanto à redução dos níveis de vento quanto às restrições do ONS. 

Estrella expressou preocupação com a continuidade desses cortes e a necessidade de encontrar soluções para otimizar a geração renovável no Brasil. “Precisamos realmente pensar em caminhos e soluções para a geração renovável no país”, concluiu.