A venda das operações brasileiras da Outback, uma das marcas mais conhecidas no setor de alimentação, gerou uma intensa disputa entre grandes investidores. Após queda de 58,4% no último trimestre, a gigante anunciou uma possível saída do Brasil e agora reavalia a venda das operações para novos investidores.
A competição envolve os fundos de private equity Vinci e Advent, além do fundo soberano de Abu Dhabi, Mubadala. Esta movimentação ocorre em um cenário onde a controladora da marca, a Bloomin’ Brands, enfrenta dificuldades financeiras.
Alternativas estratégicas e impacto financeiro
Pierre Berenstein, vice-presidente executivo de estratégia global de clientes e Brasil da Bloomin’ Brands, afirmou que a venda do Outback no Brasil é uma das alternativas sendo analisadas. Se a empresa não encontrar um comprador nas condições desejadas, a operação pode continuar sob a gestão atual.
Os recursos obtidos com a venda estão previstos para serem utilizados na redução da dívida da controladora, recompra de ações na Bolsa dos EUA, ou reinvestimentos no mercado norte-americano. Esta estratégia visa melhorar a posição financeira da Bloomin’ Brands, que apresentou um lucro de US$ 28,4 milhões no segundo trimestre de 2024, uma queda de 58,4% em relação ao ano anterior. As receitas da empresa também diminuíram 2,9% no mesmo período, totalizando US$ 1,12 bilhão.
Leia também:
Experiência dos candidatos
Os três principais interessados têm experiência significativa no setor de alimentação. O Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi, já construiu um conglomerado de franquias no Brasil através da Zamp (ZAMP3). A Vinci, por sua vez, possui a rede de pizzarias Domino’s em sua carteira e já investiu anteriormente no Burger King. A Advent também tem um histórico de investimentos na área, incluindo a IMC, dona do Frango Assado e KFC.
Além disso, o Mubadala e a Vinci possuem um histórico comprovado em transações e gestão de marcas no Brasil, o que pode pesar a seu favor na disputa.
Expectativas e próximos passos
A Bloomin’ Brands destacou que está avaliando cuidadosamente as alternativas estratégicas para suas operações no Brasil. Em um comunicado assegurou que a rede continuará operando no país, independentemente do desfecho da venda.
A disputa pela Outback Brasil representa uma oportunidade significativa para os fundos envolvidos e pode marcar uma importante reconfiguração no setor de franquias alimentícias no país. A expectativa é que a situação evolua nos próximos meses, com potenciais atualizações sobre o processo de venda e as decisões estratégicas da Bloomin’ Brands.