A Azul Linhas Aéreas reportou nesta segunda-feira um prejuízo líquido ajustado de R$ 744,4 milhões no segundo trimestre de 2024. É um aumento de 31,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. A queda no desempenho operacional e o impacto da variação cambial pressionaram o resultado.
Diante desse cenário, a companhia aérea revisou as projeções para o ano, reduzindo expectativas de crescimento de oferta e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). A empresa agora projeta um aumento de 7% na oferta em 2024, abaixo da previsão inicial de 11%. A empresa ajustou o Ebitda estimado de aproximadamente R$ 6,5 bilhões para um valor superior a R$ 6 bilhões. No entanto, a companhia também revisou a alavancagem, que antes estava prevista em 3 vezes, para cerca de 4,2 vezes.
O impacto cambial no balanço do trimestre foi expressivo, gerando uma perda de cerca de R$ 3,1 bilhões. É um contraste marcante com o resultado positivo de R$ 1 bilhão registrado no mesmo período de 2023. Além disso, as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul contribuíram para uma perda adicional de pelo menos R$ 200 milhões.
Posicionamento da Azul
Apesar dos desafios, John Rodgerson, presidente-executivo da Azul, afirmou que a companhia encerrou o trimestre com uma posição de liquidez de R$ 2,5 bilhões. É 13% da receita dos últimos 12 meses. Quando considerados os investimentos, recebíveis de longo prazo, depósitos de segurança e reservas, a liquidez total da empresa ao final de junho era de R$ 6,4 bilhões.
John Rodgerson expressou otimismo em relação ao futuro, destacando a chegada de novas aeronaves e o início do período de alta temporada no Brasil. “Com a chegada de mais aeronaves de nova geração e o período mais forte de primavera e verão no Brasil, estamos otimistas sobre o que está por vir”, afirmou. Por fim, ele mencionou uma melhora nas vendas nas últimas quatro semanas, com a expectativa de que essa tendência continue a crescer.
Estratégias
A Azul tem enfrentado um cenário desafiador, marcado por flutuações cambiais e eventos climáticos desfavoráveis. A revisão das metas de crescimento reflete a prudência da empresa diante das incertezas econômicas. No entanto, a expansão planejada da frota e a manutenção de uma liquidez forte indicam que a Azul está se preparando para aproveitar o crescimento do mercado assim que as condições se estabilizarem.
À medida que o segundo semestre se desenrola, a Azul se posiciona para observar um desempenho potencialmente mais forte, impulsionado pelas condições sazonais favoráveis e uma base de custos ajustada. Contudo, o acompanhamento de perto desses desenvolvimentos será importante para avaliar o sucesso das estratégias adotadas pela companhia.
