Na última segunda-feira (12), a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEC ou, em português, OPEP) revisou para baixo sua previsão de crescimento da demanda global de petróleo para 2024. Este ajuste reflete principalmente as expectativas mais baixas para o consumo na China, um mercado crucial que enfrenta desafios, como a redução no consumo de diesel e a crise no setor imobiliário. Esta revisão coloca em evidência o dilema enfrentado pelo grupo mais amplo da OPEC+, especialmente em relação ao aumento planejado na produção a partir de outubro.
Revisões nas previsões de demanda de petróleo em 2024
Esta é a primeira vez que a OPEC corta sua previsão para 2024 desde a publicação inicial em julho de 2023. A organização projeta agora um aumento na demanda global de 2,11 milhões de barris por dia (bpd) para 2024, uma redução em relação à estimativa anterior de 2,25 milhões de bpd. Este ajuste reflete uma leitura mais precisa dos dados do primeiro semestre de 2024 e uma perspectiva menos otimista sobre o crescimento da demanda chinesa para o restante do ano.
Impacto global e divisão de previsões
As previsões para o crescimento da demanda global em 2024 estão divididas, especialmente em relação à China e à transição mundial para fontes de energia mais limpas. A OPEC permanece otimista, apesar das revisões, enquanto a Agência Internacional de Energia (AIE) apresenta uma visão mais conservadora, estimando um crescimento de apenas 970.000 bpd para 2024.
Leia também: Opep mantém previsão de aumento na demanda global por petróleo em 2023
Produção de petróleo e desafios para a OPEC+
Apesar das preocupações com a demanda, a produção de petróleo da OPEC+ aumentou em julho, alcançando 40,9 milhões de bpd, liderada pela Arábia Saudita. No entanto, o grupo enfrenta um desafio complexo: balancear a produção para atender à demanda flutuante, enquanto mantém a estabilidade dos preços no mercado global. A OPEC+ anunciou a intenção de reverter parcialmente os cortes de produção implementados desde o final de 2022, começando em outubro, mas essa decisão ainda depende de uma análise detalhada do mercado nas próximas semanas.
Tensões geopolíticas e preço do petróleo
Além dos fatores econômicos, as tensões geopolíticas, particularmente no Oriente Médio, continuam a influenciar na demanda de petróleo em 2024. Na semana passada, o preço do Brent caiu para perto de US$ 75 por barril, refletindo as preocupações com a demanda chinesa e o risco de recessão nos Estados Unidos. Contudo, após a divulgação do relatório da OPEC, os preços se estabilizaram, com o Brent sendo negociado acima de US$ 80 por barril.
