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Oi reverte prejuízo histórico e fecha trimestre com lucro

Plano de recuperação judicial pode ter impulsionado resultado positivo

(Foto: Divulgação/Shutterstock)
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A Oi (OIBR3)(OIBR4), empresa em recuperação judicial, apresentou resultados financeiros surpreendentes no segundo trimestre de 2024. A operadora registrou um lucro líquido de R$ 15 bilhões, revertendo um prejuízo de R$ 845 milhões no mesmo período de 2023. 

Prejuízo e lucro Oi: importância do plano de recuperação

O plano de recuperação teve um papel fundamental na melhoria dos resultados da Oi. A dívida da empresa foi reduzida em aproximadamente 70% por meio de descontos, parcelamentos e conversão de débitos em ações, resultando em um ganho contábil expressivo de R$ 14,7 bilhões. Esse ganho, porém, não representa um aumento real no caixa da empresa, mas foi crucial para que o saldo financeiro do trimestre ficasse positivo em R$ 15,6 bilhões.

Contudo, outros indicadores financeiros continuam a revelar desafios para a Oi. O EBITDA (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) foi negativo em R$ 318 milhões, revertendo um resultado positivo de R$ 42 milhões registrado no mesmo trimestre do ano anterior. O EBITDA de rotina, que exclui itens não recorrentes, também apresentou um déficit, somando R$ 83 milhões negativos, comparado a um valor positivo de R$ 133 milhões em 2023. Um dos principais fatores para esse desempenho foi um acordo de não litígio com a V.tal, que impactou o resultado em R$ 234 milhões.

Receita líquida e despesas

A receita líquida consolidada da Oi totalizou R$ 2,1 bilhões no segundo trimestre de 2024, representando uma queda de 12,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Essa redução foi influenciada pela diminuição das receitas de serviços considerados não estratégicos, como telefonia fixa e TV por assinatura via satélite, que caíram 23,1%, somando R$ 575 milhões. Adicionalmente, a divisão de conectividade e TI para empresas (Oi Soluções) e a Oi Fibra, ambos negócios estratégicos, também sofreram quedas nas receitas, de 23,0% e 0,9%, respectivamente.

Apesar dos esforços para cortar custos e reestruturar a empresa, as despesas de rotina da Oi ainda somaram R$ 2,2 bilhões, um decréscimo de apenas 4% em comparação ao ano anterior. Esse ajuste foi parcialmente impulsionado por uma redução de pessoal e cortes em despesas com manutenção de rede.

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Queda de investimentos

No decorrer do trimestre, a Oi também enfrentou um consumo de caixa de R$ 226 milhões e realizou investimentos de R$ 137 milhões, o que representa uma queda de 48% em relação ao mesmo período do ano anterior. Com a reestruturação, a dívida líquida da empresa foi reduzida, fechando o trimestre em R$ 6,6 bilhões, uma redução de 74% na comparação anual.

Resultado amargo

O resultado financeiro positivo do trimestre contrasta com o prejuízo operacional, que foi de R$ 585 milhões, mais do que o dobro do registrado entre abril e junho de 2023. No entanto, em termos contábeis, o lucro líquido de R$ 15 bilhões reflete a recuperação financeira da companhia, impulsionada pela reestruturação planejada no âmbito do processo de recuperação judicial.