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Pedro Brandão destaca fortalecimento do real e alerta para cautela no câmbio

Moeda americana opera em queda após divulgação de indicadores econômicos dos EUA

O cenário de otimismo global e o fortalecimento do real impulsionaram a desvalorização da moeda americana.
Empresário Pedro Brandão, CEO da CredÁgil.
O cenário de otimismo global e o fortalecimento do real impulsionaram a desvalorização da moeda americana.
Empresário Pedro Brandão, CEO da CredÁgil.

Nesta sexta-feira (16), o dólar comercial encerrou o dia cotado a R$ 5,468, registrando uma queda de 0,28%. O cenário de otimismo global e o fortalecimento do real impulsionaram a desvalorização da moeda americana. Uma série de dados econômicos fortes, divulgados pelos Estados Unidos, praticamente eliminou os temores de uma recessão na maior economia do mundo. O Ibovespa, por sua vez, abriu a sessão na máxima histórica, com o principal índice acionário da B3 valorizando 0,44% e atingindo 134.744 pontos, o maior patamar intradiário já registrado. Confira abaixo a análise de Pedro Brandão, CEO da CredÁgil.

Dados dos EUA afastam temores de recessão

O otimismo dos mercados foi alimentado pelos dados econômicos dos Estados Unidos divulgados na última quinta-feira (15). Entre os indicadores que mais impactaram o mercado, estão as vendas no varejo, que cresceram o triplo do esperado em julho, e os pedidos de auxílio-desemprego, que ficaram abaixo do previsto. Esses resultados indicam que o consumo no país permanece robusto e que o mercado de trabalho local segue estável. A expectativa de que o Federal Reserve (Fed) possa adotar uma postura mais agressiva de flexibilização monetária no próximo mês diminuiu, levando os investidores a rever suas apostas.

O especialista em finança, Pedro Brandão, compartilhou sua visão:

“Apesar da recente volatilidade no mercado de câmbio, acreditamos que o fortalecimento do real diante do dólar nas últimas semanas reflete uma confiança renovada na economia brasileira, impulsionada por dados macroeconômicos sólidos e expectativas de políticas fiscais mais austeras. No entanto, a cautela é necessária, pois a estabilidade a longo prazo ainda depende de uma série de fatores externos, como as próximas decisões do Federal Reserve e as tensões comerciais globais”, comentou Brandão.

Desempenho do dólar ao longo da semana

Durante a semana, o dólar apresentou um comportamento volátil. Na segunda-feira (12), a moeda norte-americana fechou cotada a R$ 5,495, com uma queda de 0,34%, alcançando o piso de R$ 5,47 durante as negociações. Esse patamar não era visto desde 17 de julho, quando fatores internacionais começaram a pressionar agentes a desmontar posições em todo o mundo. Na terça-feira, a divisa registrou sua sexta queda consecutiva, fechando o dia a R$ 5,4491, uma queda de 0,90%, em sintonia com o recuo generalizado do dólar frente às demais divisas.

Inflação nos EUA e a reação do mercado

Na quarta-feira (14), o mercado se voltou para a divulgação dos dados de inflação ao consumidor nos Estados Unidos. Os números vieram em linha com as expectativas, mantendo os integrantes do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) em modo de espera quanto à decisão sobre o próximo corte de juros.

“Apesar do impacto limitado dos dados de inflação, o dólar comercial registrou alta, com os operadores já antecipando a possibilidade do fortalecimento do real após seis pregões consecutivos de alta”, destacou Pedro Brandão.

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Cenário global influencia o mercado doméstico

Na quinta-feira (15), o dólar subiu pela segunda sessão consecutiva. A moeda norte-americana se valorizou frente a outras divisas. Isso ocorreu após a divulgação de dados positivos da economia dos EUA. O índice Bovespa também renovou a máxima histórica intradiária aos 134.574,50 pontos, reforçando o clima de otimismo no mercado. No entanto, o risco fiscal voltou a preocupar os investidores, principalmente devido ao adiamento da votação do projeto de lei da desoneração da folha de pagamentos no Senado Federal.

Expectativas para o Fed e o mercado cambial

Com o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, marcado para a conferência de Jackson Hole em 23 de agosto, os investidores estão atentos. Eles esperam possíveis sinalizações sobre o futuro da política monetária americana.

“Os dirigentes do Banco Central têm endurecido o tom, sugerindo que uma alta de juros está na mesa, em meio a uma elevação nas expectativas para a inflação. Hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que, se for necessário aumentar as taxas, isso deve ser feito, o que colabora para a queda do câmbio”, comentou ao Economic News Brasil, Luiz Felipe Bazzo, CEO do Transferbank.