Nesta semana, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) emitiu um alerta sobre o uso indevido do Mecanismo Especial de Devolução (MED) do PIX para perpetrar o golpe conhecido como “PIX errado“. Este mecanismo, introduzido pelo Banco Central do Brasil (BC) em 2021, visa facilitar a devolução de valores em casos de fraudes ou transferências equivocadas. No entanto, criminosos têm encontrado maneiras de explorar o MED para enganar vítimas e obter dinheiro de forma ilícita.
O Mecanismo Especial de Devolução (MED) e seus usos
O MED é uma ferramenta do sistema PIX que permite bloquear os recursos na conta recebedora após uma reclamação de fraude ou envio incorreto de recursos. Este bloqueio dá ao banco a oportunidade de investigar a situação e, se necessário, reverter a transação. Desde o início deste ano até julho, o Banco Central registrou mais de 2,5 milhões de pedidos de devolução por fraude utilizando o MED.
Como funciona o golpe do ‘PIX Errado’
Os criminosos utilizam um processo sofisticado para realizar o golpe do ‘PIX errado’. Confira o modus operandi:
- Obtenção da Chave PIX: o fraudador descobre o número de celular da vítima, frequentemente usado como chave PIX, por meio de cadastros na internet ou pesquisas em redes sociais.
- Realização da Transferência: com a chave PIX da vítima, o golpista realiza uma transferência para a conta da pessoa-alvo.
- Solicitação de Estorno: após a transferência, o criminoso entra em contato com a vítima, alegando ter feito um PIX para a conta errada e solicita o estorno. Utiliza técnicas de convencimento para que a vítima devolva o dinheiro.
- Desvio da Devolução: a vítima, de boa-fé, devolve o valor solicitado. No entanto, o criminoso não fornece a chave PIX original, mas sim a chave de uma terceira conta.
- Ativação do MED: o golpista aciona o MED, alegando que o PIX devolvido foi para uma conta diferente da original. As instituições financeiras podem então retirar o dinheiro da conta da vítima, que acredita estar fazendo a devolução correta.
- Resultado: o criminoso, então, fica com o valor transferido pela vítima e o valor devolvido via MED, causando prejuízo para a pessoa enganada.
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Medidas de prevenção contra o golpe
Para evitar cair no golpe do ‘PIX errado‘, a Febraban sinaliza que é fundamental seguir algumas orientações:
- Nunca faça um estorno para uma terceira conta que não seja a original da transação. Utilize sempre a funcionalidade de devolução disponível no aplicativo do banco para enviar o dinheiro de volta diretamente para a conta de origem.
- Em caso de dúvidas sobre um pedido de estorno, entre em contato diretamente com seu banco para verificar a autenticidade da solicitação.
- Evite expor dados pessoais em redes sociais e seja cauteloso com e-mails e mensagens de fontes desconhecidas que solicitam informações pessoais ou financeiras.
