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Granado aumenta lucro e transforma tradição em tendência global

Marca exporta conceito de arte carioca com sucesso

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Granado aumenta lucro com tradição conceitual /(Foto: divulgação/Granado).
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Granado aumenta lucro com tradição conceitual /(Foto: divulgação/Granado).

No início de julho, a Granado, uma das mais antigas empresas de cosméticos do Brasil, protagonizou um verdadeiro fenômeno digital. Sua liquidação gerou filas virtuais comparáveis às de grandes shows internacionais, com 200 mil pessoas disputando sabonetes, perfumes e difusores da marca. Esse evento não só evidenciou o crescente apelo da Granado, mas também consolidou a empresa como uma referência de estilo e inovação no mercado cosmético global. 

No primeiro semestre de 2024, a empresa alcançou um faturamento de R$ 839 milhões, um aumento de 24% em relação ao mesmo período do ano anterior. A previsão é que as vendas anuais superem R$ 1,5 bilhão. A Granado tem explorado novas categorias de produtos, incluindo perfumes e itens para a casa, posicionando-se em uma faixa de preço intermediária entre as fragrâncias importadas de alto custo e as ofertas de grandes marcas nacionais como Natura e O Boticário. 

Sissi Freeman, diretora de marketing e vendas da Granado e herdeira da empresa, atribui o sucesso da marca à sua presença em capitais importantes e à introdução de produtos de maior valor agregado. Os Freeman, com 65% da companhia, e a espanhola Puig, com 35%, têm contribuído para a expansão e inovação contínua da marca. A Puig, renomada no mercado de perfumaria, adiciona um toque de sofisticação e expertise ao portfólio da Granado.

Da farmácia à trend global

Com 154 anos de história, a Granado conseguiu revitalizar sua imagem, passando de uma “loja da vovó” para um ícone moderno nas redes sociais. O que começou como uma farmácia no Rio de Janeiro, fundada em 1870 por José Antônio Granado, evoluiu para uma marca que abraça a estética denominada “Brasil chique“. Essa abordagem é uma resposta ao minimalismo predominante nas marcas contemporâneas e tem sido amplamente elogiada e compartilhada por usuários do TikTok, Instagram e X/Twitter. 

As lojas da Granado, com suas cores vibrantes e desenhos florais exuberantes, evocam a sofisticação da elite carioca dos anos 60 e 70. Essa estética brasileira foi expandida globalmente, com lojas de Paris a Nova York, onde, embora frequentemente operem no prejuízo, funcionam como vitrines internacionais da marca.

Presença Global e desafios da internacionalização  

A presença da Granado no mercado internacional começou em 2017 com a abertura da loja em Paris. Desde então, a marca se expandiu para Lisboa, Londres, Birmingham, Manchester, Madri, Bruxelas e Nova York. Apesar de algumas dessas lojas ainda não serem lucrativas, elas desempenham um papel crucial em elevar a percepção de valor da marca entre os consumidores brasileiros de classe alta. 

A abertura de lojas no Reino Unido, facilitada pelo Consulado Britânico de São Paulo, tem sido uma fonte de orgulho para a Granado. A parceria com o consulado ajudou a superar barreiras burocráticas e fortalecer a presença da marca no mercado britânico. Christopher Freeman, CEO da empresa, destaca o orgulho em mostrar a riqueza cultural brasileira em uma vitrine global como Londres. 

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Desafios e perspectivas

A Granado enfrenta desafios típicos da internacionalização, incluindo a necessidade de manter uma identidade visual autêntica e evitar clichês. Marcos Bedendo, consultor em branding, aponta que “vender o Brasil” exige uma estratégia que equilibre autenticidade com uma apresentação atraente. A longevidade da Granado ajuda a consolidar sua imagem como uma marca genuinamente brasileira. 

Com planos de expansão para os Estados Unidos e o mercado asiático, a Granado continua a buscar novos horizontes enquanto preserva suas raízes e valores. A empresa opta por manter o controle total sobre suas operações, evitando franquias e a abertura de capital, o que garante a integridade da marca.