Em julho de 2024, um total de 228 empresas solicitaram recuperação judicial, marcando um aumento de 29% em relação ao mês anterior e mais do que o dobro dos pedidos registrados no mesmo período do ano passado, de acordo com o Indicador de Falências e Recuperação Judicial da Serasa Experian. Este número não só é o maior de 2024, mas também o mais elevado desde o início da série histórica da Serasa, que começou em 2005.
Desafios econômicos impulsionam a alta
Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, destacou os desafios enfrentados pelas empresas em um cenário econômico instável. “O aumento dessas solicitações reflete os desafios enfrentados pelas empresas, destacando um movimento crescente em direção aos mecanismos legais de reorganização financeira em um cenário econômico incerto”, afirmou Rabi.
Os altos índices de inadimplência também são um fator crucial. Em junho, foram registrados 6,9 milhões de CNPJs com dívidas, o que sugere que os pedidos de recuperação judicial podem continuar a crescer.
Distribuição por porte das empresas
O levantamento de julho revelou que as “Micro e Pequenas Empresas” foram as principais responsáveis pelo aumento nos pedidos de recuperação judicial, totalizando 166 solicitações. As “Médias” empresas registraram 43 pedidos, enquanto as “Grandes” empresas somaram 19. Esse padrão demonstra que as pequenas e médias empresas estão enfrentando mais dificuldades em termos de solvência, com um impacto significativo nas suas operações.
Pedidos de falências em alta
Julho também registrou um aumento de 12,9% no número de solicitações de falências, totalizando 96 pedidos. No entanto, houve uma queda de 15,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Dentro da classificação por porte, as “Micro e Pequenas Empresas” lideraram com 58 pedidos, seguidas pelas “Médias Empresas” com 23 e pelas “Grandes Empresas” com 15.
Perspectivas e implicações
O aumento significativo nos pedidos de recuperação judicial e falências reflete uma crise financeira que afeta principalmente as empresas menores. A conjuntura econômica desfavorável, com alta taxa de inadimplência e incertezas no cenário macroeconômico, contribui para um ambiente desafiador para os negócios. O cenário atual sugere que a recuperação econômica será lenta e que as empresas precisarão adaptar suas estratégias para enfrentar as dificuldades financeiras.
