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Participação em Americanas impacta patrimônio de investidor em PE

Ações despencam e diluição reduz participação de Inácio Melo Neto

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Ações da Americanas disparam e tem volatilidade/(Foto: Gustavo Lacerda/Reprodução).
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Ações da Americanas disparam e tem volatilidade/(Foto: Gustavo Lacerda/Reprodução).

Inácio de Barros Melo Neto, empresário do setor de educação em Pernambuco, ganhou destaque no mercado financeiro após se tornar um dos maiores acionistas minoritários da Americanas (AMER3). No entanto, seu destaque repentino veio com uma grande reviravolta. 

Em meados de julho, a Americanas divulgou um comunicado ao mercado. A varejista informou que Melo Neto detinha 113 milhões de ações ordinárias, representando 12,52% do capital da empresa. Esta notícia fez com que o empresário ganhasse atenção nacional, uma vez que estava lado a lado com gigantes como Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, os principais acionistas da 3G Capital. 

Melo Neto, ao explicar sua estratégia, afirmou que seu objetivo com a participação não era alterar a estrutura de controle da companhia, mas sim lucrar com uma venda futura das ações. Naquele momento, o preço da ação da Americanas estava cotado a R$ 0,69. Melo Neto detinha uma participação de mercado de aproximadamente R$ 77,970 milhões. 

Ação despenca após balanço negativo 

O otimismo, no entanto, foi substituído por uma crise. Recentemente, a Americanas divulgou seu balanço financeiro referente a 2023 e ao primeiro semestre de 2024, revelando um prejuízo de R$ 3,67 bilhões. O resultado negativo fez com que o preço da ação caísse mais de 70% no pregão seguinte, com a cotação caindo para R$ 0,07. 

Com essa queda, o valor de mercado das ações de Melo Neto despencou 89,85%, evaporando cerca de R$ 70 milhões de sua participação. Mesmo diante desse cenário, o empresário mantém uma postura confiante, afirmando que acredita no potencial de recuperação da varejista. 

Diluição e grupamento de ações 

O cenário para os acionistas da Americanas ficou ainda mais desafiador com a homologação do aumento de capital pela companhia em julho, parte do plano de recuperação judicial. Das mais de 18,8 bilhões de novas ações emitidas, 49,2% foram subscritas pelos acionistas de referência, enquanto 47,6% foram adquiridas por credores. Isso resultou em uma diluição significativa para os acionistas minoritários, reduzindo a participação de Melo Neto para aproximadamente 1% do capital total. 

Além disso, a Americanas anunciou um grupamento de ações na proporção de 100 para 1, a ser efetivado em 26 de agosto. Essa medida, que visa aumentar o preço unitário das ações, pode trazer novos desafios, incluindo a possibilidade de maior volatilidade e menor liquidez dos papéis.