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Fogo em SP: Raízen e outras usinas sofrem com perdas milionárias

Incêndios em SP afetam produção da Raízen. (Foto: Divulgação/Raízen)
Incêndios em SP afetam produção da Raízen. (Foto: Divulgação/Raízen)
Incêndios em SP afetam produção da Raízen. (Foto: Divulgação/Raízen)
Incêndios em SP afetam produção da Raízen. (Foto: Divulgação/Raízen)

A Raízen (RAIZ4) confirmou que está enfrentando uma série de incêndios em suas áreas de produção no estado de São Paulo. Esses focos de fogo também atingem áreas de fornecedores de cana e outros grupos do setor sucroenergético. A situação é agravada por uma longa estiagem, baixa umidade do ar, fortes ventos e temperaturas elevadas.

A origem dos incêndios ainda é incerta. Entretanto, as condições climáticas adversas atuam na propagação do fogo. Em resposta à gravidade da situação, a Raízen mobilizou toda sua brigada de incêndio, com o apoio de aeronaves e do Corpo de Bombeiros. A empresa enfatizou que está utilizando todos os recursos disponíveis para controlar as chamas e mitigar os danos.

Incêndios em SP afetam a Raízen: empresa enfatiza compromisso com a preservação ambiental

Em meio à crise, a Raízen reiterou seu compromisso com a preservação ambiental. A empresa destacou que não realiza a queima de cana em seus processos. Nesse sentido, a companhia segue o Protocolo Agroambiental – Etanol Mais Verde, assinado em 2017 com o governo de São Paulo. O protocolo visa extinguir a queimada como método de colheita. Segundo a Raízen, a queima da cana prejudica a qualidade do produto e compromete a integridade dos solos.

A empresa também emitiu um alerta à população, ressaltando a importância da conscientização para prevenir novos incêndios. As orientações incluem não jogar bitucas de cigarro acesas nas estradas, evitar a queima de mato e a realização de fogueiras, além de não utilizar fogo para limpeza de terrenos. Esses comportamentos são fundamentais para evitar a propagação do fogo, especialmente em um período de seca intensa e ventos fortes.

Impactos financeiros e perdas para o setor

Os incêndios em SP que atingem o interior não afetam apenas a Raízen, mas diversas outras companhias do setor sucroenergético. Na última sexta-feira (23), a São Martinho (SMTO3) também confirmou a ocorrência de incêndios em seus canaviais. Segundo a Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana), cerca de 59 mil hectares de áreas plantadas foram queimadas entre os dias 23 e 24 de agosto. Isso resultou em perdas financeiras que podem chegar a R$ 350 milhões.

O impacto sobre a produtividade das áreas atingidas é severo. Antes dos incêndios, a expectativa era de uma redução de 30% na produtividade para a temporada 2024/25. Agora, com os danos causados pelo fogo, essa redução pode chegar a 60%. Além disso, a deterioração da cana após o incêndio compromete ainda mais a capacidade de colheita, aumentando os prejuízos.

Necessidade de ação e conscientização

O CEO da Orplana, José Guilherme Nogueira, destacou a urgência de um plano de ação estruturado para enfrentar os incêndios, sugerindo que o Brasil se inspire em modelos internacionais, como os de Portugal e Califórnia. Ele também enfatizou a importância de medidas preventivas e de conscientização para evitar que práticas humanas imprudentes, como jogar bitucas de cigarro em áreas secas, continuem a ser uma das principais causas dos incêndios.

Nogueira chamou a atenção para a necessidade de um aumento no efetivo de bombeiros e de linhas de financiamento mais acessíveis para a compra de caminhões-pipa, essenciais no combate aos incêndios. Além disso, ele ressaltou que a atual crise é exacerbada por uma combinação de fatores climáticos e atividades humanas, que tornam os incêndios mais frequentes e severos.