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Por que a BlackRock está abandonando investimentos em ESG?

BlackRock e o declínio do ESG. (Foto: Divulgação/Shutterstock)
BlackRock e o declínio do ESG. (Foto: Divulgação/Shutterstock)
BlackRock e o declínio do ESG. (Foto: Divulgação/Shutterstock)
BlackRock e o declínio do ESG. (Foto: Divulgação/Shutterstock)

A BlackRock, uma das maiores gestoras de ativos do mundo, alterou sua postura em relação às propostas ambientais e sociais (ESG) nos últimos anos. Em 2023, a empresa apoiou apenas 4% das 493 propostas ambientais e sociais apresentadas por acionistas, uma queda drástica em comparação aos 47% registrados em 2021. Este movimento sinaliza uma mudança estratégica em sua abordagem a questões ESG, uma área que se tornou central nas discussões corporativas e de investimentos recentemente.

BlackRock e a controvérsia em torno do ESG

A decisão da BlackRock de reduzir o apoio às iniciativas ESG ocorre em meio a uma crescente controvérsia sobre o tema. Tanto conservadores quanto ativistas climáticos têm criticado a abordagem ESG, embora por razões diferentes. Os conservadores acusam as empresas de desviar-se de seus objetivos empresariais ao adotar práticas ESG. Por outro lado, ativistas clamam por ações mais rigorosas contra as mudanças climáticas. A BlackRock justificou sua mudança de postura alegando que muitas das propostas ESG careciam de mérito econômico. Além disso, a empresa apontou que muitos dos riscos apontados já eram gerenciados pelas empresas.

Impacto no apoio a propostas de governança

Apesar da redução no apoio a iniciativas ambientais e sociais, a BlackRock continuou a apoiar fortemente propostas relacionadas à governança corporativa. Em 2023, a empresa votou a favor de 21% das propostas de governança, um aumento em relação ao apoio de 11% registrado no ano anterior. A ênfase na governança reflete a prioridade da gestora em proteger os direitos dos acionistas e garantir a estabilidade corporativa, mesmo em um ambiente econômico e político polarizado.

Críticas e reações à mudança de postura

A decisão da BlackRock não passou despercebida e gerou uma série de críticas. De um lado, representantes políticos conservadores criticam o engajamento da gestora com iniciativas ESG, enquanto ativistas climáticos expressam decepção com a falta de apoio a propostas que visam combater as mudanças climáticas. A BlackRock, no entanto, defende que suas decisões de voto são sempre orientadas pelos melhores interesses financeiros de seus clientes, focando em propostas que realmente possam contribuir para a governança corporativa.

Comparação com outras gestoras de ativos

A BlackRock não está sozinha em sua mudança de postura. Outras grandes gestoras de ativos, como a Vanguard, também reduziram seu apoio a iniciativas ESG. Segundo a Morningstar, o apoio a resoluções ambientais e sociais caiu para 16% em 2023, em comparação aos 19% do ano anterior. Essa tendência indica uma reavaliação das prioridades de investimento, em que a resiliência financeira passou a ser priorizada em detrimento de questões ambientais e sociais.