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Após trocas de CEO, Vivara (VIVA3) recupera confiança do mercado

Ações sobem após resultados positivos e avaliação favorável de bancos

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Recuperação da Vivara no mercado financeiro/(Foto: reprodução/Instagram Vivara).
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Recuperação da Vivara no mercado financeiro/(Foto: reprodução/Instagram Vivara).

A Vivara (VIVA3) enfrentou semanas turbulentas recentemente, após mudanças abruptas em sua liderança que levantaram dúvidas significativas sobre sua capacidade de recuperação. A joalheria viu suas ações caírem cerca de 14% em um curto período, após a troca de comando de Paulo Kruglensky para Nelson Kaufman, fundador da empresa. A decisão de Kaufman em reassumir o controle rapidamente foi seguida pela nomeação do CFO Otavio Lyra como CEO, mas o dano à percepção do mercado já estava feito. A governança da empresa passou a ser um ponto de preocupação entre os investidores. 

Desempenho e recuperação das Ações 

Apesar da instabilidade, a Vivara conseguiu se recuperar parcialmente após a divulgação de resultados financeiros acima das expectativas no segundo trimestre de 2024. O desempenho positivo impulsionou as ações da empresa, que registraram um aumento de 7%. Essa recuperação foi interpretada por analistas como um sinal de que a companhia pode estar voltando aos trilhos, mesmo após o período conturbado. 

Recentemente, o Morgan Stanley iniciou a cobertura das ações da Vivara, classificando-as como overweight (peso superior, equivalente à recomendação de compra), com um preço-alvo de R$ 32. O banco acredita que as ações têm um potencial de alta de 18%, o que reflete uma visão otimista sobre a capacidade de recuperação da empresa. 

Fatores que contribuem para a recuperação 

O Morgan Stanley destacou alguns fatores que podem impulsionar a expansão da margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda). Entre eles, a maturação de lojas, a otimização de despesas e os avanços para a bandeira Life são apontados como principais alavancas de crescimento. O banco também observa que a Vivara está subvalorizada em termos ajustados ao crescimento, o que pode representar uma oportunidade de valorização. 

A marca Life, por exemplo, é vista como uma das principais vias de crescimento para a Vivara. Embora atualmente detenha apenas 3% de participação no mercado brasileiro, o potencial de expansão é significativo. Há comparações internacionais sugerindo que a marca pode ganhar uma fatia maior do mercado nos próximos anos. 

Expectativas futuras  

As expectativas para a Vivara são de um aumento de receita líquida de 17% na comparação anual em 2024, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 14% entre 2023 e 2028. A expectativa é que a bandeira Life represente 32% da receita até 2028, contra 15% em 2023. Isto deve contribuir para a expansão das margens brutas consolidadas em 140 pontos-base, atingindo 70,7% até 2028. 

No entanto, alguns desafios ainda precisam ser enfrentados, como a alta rotatividade de estoques, que atualmente gira em torno de 420 dias. O banco também considera que há espaço para ganhos de eficiência nesse aspecto, o que poderia ajudar na expansão do RNOA (Retorno Líquido em Ativos Operacionais), que deve aumentar de 22% em 2023 para cerca de 25% até 2028. 

Visão de mercado e riscos 

Além do Morgan Stanley, o Bradesco BBI também emitiu uma visão positiva sobre a recuperação da Vivara após um roadshow. O banco ressalta a confiança na remodelação do negócio e nas melhorias de margem. Os analistas esperam uma aceleração do crescimento de vendas entre 20% e 25% no terceiro trimestre de 2024. Contudo, o BBI adverte que ainda é cedo para determinar se as mudanças recentes não terão efeitos colaterais nos fundamentos da empresa, algo que só poderá ser devidamente avaliado em meados de 2025. O principal risco para a tese de investimento na Vivara é a consistência das suas operações. 

O BBI mantém uma recomendação outperform (desempenho acima da média, equivalente à compra) para as ações da Vivara, com preço-alvo de R$ 33, destacando que a empresa apresenta um potencial de crescimento superior aos seus pares, com melhores perspectivas de retorno. 

Recentemente, outras instituições como Itaú BBA e XP Investimentos também reiteraram sua recomendação de compra para os ativos da Vivara (VIVA3). Eles reforçam a visão positiva do mercado sobre a capacidade de recuperação e expansão da joalheria.