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Roberto Campos Neto alerta sobre IPCA-15 e reforça meta do BC

Banco Central do Brasil - Presidente - Dólar - Campos Neto
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil (Imagem: Rovena Rosa/Agência Brasil)
Banco Central do Brasil - Presidente - Dólar - Campos Neto
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil (Imagem: Rovena Rosa/Agência Brasil)

O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, comentou nesta quarta-feira os recentes dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de agosto. Ele destacou que, embora o índice tenha melhorado em relação a meses anteriores, ainda não é motivo de conforto para a autarquia. Durante sua participação na 25ª Conferência Santander, realizada em São Paulo, o presidente reforçou que o Banco Central continuará a agir para garantir que a inflação esteja na meta estabelecida.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na terça-feira que o IPCA-15 desacelerou em agosto. É um aumento de 0,19%, em linha com as expectativas de mercado. Em 12 meses, o índice acumulou uma alta de 4,35%, ficando próximo do teto da meta do Banco Central, que é de 4,50%.

Tivemos número de inflação ontem que veio um pouco melhor, o IPCA-15. No entanto, não nos dá conforto”, afirmou Roberto Campos Neto. Ele explicou que, apesar do resultado positivo, o processo de desinflação no país tem mostrado sinais de desaceleração, o que preocupa a autarquia.

O presidente também mencionou que as inflações implícitas nos preços dos ativos financeiros “subiram muito”. Além disso, disse que traz um cenário “grande desconforto” para o Banco Central. Segundo ele, há uma recente desancoragem nas expectativas inflacionárias, o que torna ainda mais importante a atuação do BC.

Meta inflacionária

O BC vai fazer o que for preciso para atingir a meta”, garantiu Roberto Campos Neto. A meta central de inflação do Banco Central é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Durante o evento, o presidente do BC também aproveitou para abordar a política monetária atual, destacando que a ausência de um guidance (orientação) por parte da autarquia não deve ser interpretada como um sinal definitivo para a próxima reunião.

“Entendemos que não ter guidance às vezes eleva um pouco a volatilidade, mas tem momentos que dar guidance tem valor negativo”, afirmou.

Roberto Campos Neto reconheceu que o mercado está em um momento de alta ansiedade, refletindo um prêmio de risco em relação à comunicação dada, resultado de um consenso dentro da diretoria do Banco Central.