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Expectativa sobre a Selic: Copom decide nova taxa de juros hoje

Banco Central do Brasil - Taxa Selic - Boletim Focus e Copom (1)
Prédio do Banco Central em Brasília. (Imagem: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)
Banco Central do Brasil - Taxa Selic - Boletim Focus e Copom (1)
Prédio do Banco Central em Brasília. (Imagem: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Nesta quarta-feira (17), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reúne para decidir sobre a taxa básica de juros, a Selic. Com a possibilidade de divisão entre os membros, a decisão se concentra entre manter a taxa atual ou realiza a primeira elevação dos juros básicos em mais de dois anos, influenciada pela recente alta do dólar e pelo impacto da seca nos preços de energia e alimentos.

No comunicado emitido no final da última reunião, em julho, o Copom alertou que o cenário econômico, tanto no Brasil quanto no exterior, exige cautela. De acordo com o boletim Focus, que reúne semanalmente as opiniões de analistas de mercado, os especialistas esperam que o Copom eleve a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, encerrando 2024 em 11,25% ao ano. O Banco Central divulgará a decisão ao final do dia, e os agentes do mercado aguardarão com expectativa.

Inflação e suas implicações

O Copom também tem enfrentado desafios sem controle da inflação. Na reunião mais recente, o comitê afirmou que considerava a elevação dos juros devido à valorização do dólar e ao aumento dos gastos públicos. Segundo o boletim Focus, a estimativa de inflação para 2024 aumentou de 4,22% para 4,35% nas últimas semanas, o que coloca o índice próximo do teto da meta de 4,5%, previsto pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) .

Em agosto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou deflação de 0,02%, a primeira desde junho de 2023. No entanto, esse intervalo é temporário, uma vez que a inflação deve subir com o reajuste das tarifas de energia elétrica a partir de setembro, em decorrência da bandeira tarifária vermelha. Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a seca prolongada afetará os preços dos alimentos, mas ressaltou que o ajuste nos juros não deve ser uma solução para esse choque de oferta.

Decisão sobre a Selic

A última vez que o Copom elevou a Selic foi em agosto de 2022, quando os impostos subiram para 13,75% ao ano. Desde então, a taxa passou por seis cortes consecutivos de 0,5 ponto percentual e mais um de 0,25 ponto, até maio deste ano. Nas reuniões mais recentes, em junho e julho, o BC decidiu manter a taxa em 10,5%, o menor nível desde fevereiro de 2022.

A Selic serve como referência para as demais taxas de juros da economia, sendo o principal instrumento utilizado pelo BC para controlar a inflação. Quando a Selic sobe, o objetivo é conter a demanda, já que os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Contudo, essa medida pode ter o efeito colateral de reduzir o crescimento econômico. Por outro lado, quando a Selic cai, o crédito se torna mais acessível, incentivando a produção e o consumo, o que pode pressionar a inflação.

O Comitê se reúne a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são apresentadas análises sobre a economia brasileira e mundial, além do comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, compostos pela diretoria do BC, decidem sobre o futuro da Selic.

Metas de inflação

A meta de inflação definida pelo CMN para 2024 é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Isso permite que a inflação varie entre 1,5% e 4,5%. De acordo com o boletim Focus, os analistas de mercado esperam que o Copom eleve a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, encerrando 2024 em 11,25% ao ano. O Banco Central divulgará a decisão ao final do dia.