Após um incidente recente no Líbano e na Síria, muitos, especialmente os mais jovens, estão se perguntando o que é um pager, ou beeper, dispositivos eletrônicos portáteis que foram indispensáveis nas décadas de 1980 e 1990. Embora possam parecer obsoletos com o avanço dos celulares, esses pequenos aparelhos ainda são utilizados em ambientes específicos e em situações de conflito, evidenciando sua importância contínua.
A História dos Pagers
A trajetória dos pagers começou no final dos anos 1940, quando Al Gross, inventor do walkie-talkie, desenvolveu o conceito de comunicação via rádio, lançando as bases dessa tecnologia. No entanto, foi apenas em 1958 que os pagers se tornaram acessíveis ao público. Os primeiros modelos serviam apenas para alertar os usuários com sons, sem a possibilidade de enviar mensagens.
Nos anos 1970, com a introdução dos pagers pela Motorola, a popularidade desses dispositivos disparou. Com uma pequena tela LCD que exibia mensagens de texto, o pager tornou-se uma ferramenta crucial para profissionais como médicos, executivos e equipes de emergência. Durante seu auge, mais de 60 milhões de pessoas ao redor do mundo utilizavam pagers.
O Uso dos Pagers no Brasil
No Brasil, os pagers chegaram em 1992 com um preço médio de US$ 400 (cerca de R$ 2.200). No primeiro ano, cerca de 10 mil pessoas adotaram a tecnologia, que rapidamente se espalhou pelo país. Em poucos anos, o número de usuários cresceu exponencialmente, atingindo 800 mil assinantes em 1996.
A Queda dos Pagers com o Avanço dos Celulares
A chegada dos celulares nos anos 2000, com recursos como chamadas de voz e mensagens SMS, marcou o declínio dos pagers. A capacidade dos celulares de permitir comunicação em tempo real superou a funcionalidade limitada dos pagers. O surgimento dos smartphones intensificou essa queda, oferecendo ainda mais recursos e conveniência no uso diário.
O Papel dos Pagers no Século XXI
Apesar da queda no uso comercial, os pagers ainda são utilizados em locais onde a confiabilidade é essencial, como hospitais. Por funcionarem em frequências de rádio dedicadas, os pagers são menos suscetíveis a falhas de sinal, tornando-se indispensáveis em situações críticas. Além disso, por não poderem ser rastreados com facilidade, pagers continuam sendo usados em contextos específicos, como por grupos como o Hezbollah.
Pagers como Ferramentas em Conflitos
Na terça-feira (17), o pager apareceram nas manchetes em um contexto inesperado. Os pager usados por membros do Hezbollah explodiram de forma coordenada no Líbano e na Síria, resultando na morte de nove pessoas e ferindo milhares. A investigação sugere que esses aparelhos continham explosivos integrados, possivelmente manipulados antes da entrega. Este episódio marcou o uso de pagers como armas, destacando sua relevância mesmo em cenários de conflito.
