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Seca e queimadas elevam inflação dos alimentos para 6,3% em 2024

Queimadas - Inflação dos alimentos
(Imagem: Antônio Cruz/Agência Brasil)
Queimadas - Inflação dos alimentos
(Imagem: Antônio Cruz/Agência Brasil)

A seca e as queimadas nos principais biomas do Brasil estão causando aumentos nos preços dos alimentos, que devem atingir uma inflação de 6,3%, segundo estudo do Bradesco. Além dos alimentos, os preços da energia elétrica também estão subindo devido ao acionamento da bandeira vermelha nas contas de luz, impactando diretamente os consumidores.

“O impacto da seca já está mapeado, mas o retorno das chuvas será importante para determinar os preços de energia e alimentos nos próximos meses”, afirma o estudo.

Os economistas do Bradesco apontam que os alimentos in natura acumularam alta superior a 10% nos últimos 12 meses até agosto. No mesmo período, o preço dos cereais subiu quase 20%, agravando o cenário de aumento dos custos para os consumidores brasileiros.

A inflação da alimentação no domicílio, medida pelo IBGE, registrou um aumento de 4,6% no mesmo período, com destaque para a pressão inflacionária. Em 2023, os preços dos alimentos consumidos em casa caíram 0,5%, registrando uma deflação naquele ano, mas o cenário mudou com a seca.

“Nossa projeção inicial era de um aumento de 4,5% nos preços de alimentos para 2024, mas fatores como a seca, a demanda interna e o câmbio desvalorizado mudaram esse panorama”, disseram os economistas do Bradesco.

A expectativa para 2025 é de recuperação, com a Conab prevendo uma safra recorde de grãos, impulsionada pela soja e pelo arroz, com aumento de 9,6%. O retorno das chuvas em outubro será essencial para garantir a normalização dos preços dos alimentos nos próximos meses, segundo os economistas.

A seca também está impactando os reservatórios do sistema elétrico, especialmente no Sudeste, onde a capacidade de armazenamento de energia é maior. Atualmente, os reservatórios do Sistema Interligado Nacional (SIN) operam com cerca de 50% da capacidade e devem cair para 40% até o final do ano. Embora a situação não seja crítica como em 2021, já há preocupação do governo e da Aneel sobre o impacto nos preços da energia.

“Esperamos bandeira vermelha 2 no próximo mês, com possível retorno à bandeira amarela no final do ano, impactando o IPCA em até 0,29 pontos percentuais”, conclui o estudo do Bradesco.