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Construtora ISG entra em recuperação judicial e afeta projetos de R$ 11 bi com governo do Reino Unido

A recuperação judicial da ISG reflete uma falha crítica na gestão de contratos deficitários que, ao longo dos anos, comprometeram a liquidez da empresa. Agora, mais do que nunca, a construtora precisa de uma reestruturação sólida e de estratégias eficazes para recuperar sua credibilidade e evitar um impacto ainda maior no mercado de construção.
Construtora ISG entra em recuperação judicial: impacto direto em 69 projetos com o governo do Reino Unido. Saiba mais sobre a situação crítica da empresa e os desafios enfrentados.
(Foto: Chia-Ho Lin/Pexels)

A construtora ISG, a sexta maior do Reino Unido, entrou com pedido de recuperação judicial nesta semana, afetando diretamente 69 projetos em andamento com o governo britânico. A empresa, que atualmente executa contratos avaliados em £1,8 bilhão (cerca de R$ 11 bilhões), enfrenta uma situação crítica que exige uma solução urgente para evitar um colapso ainda maior. Entre os projetos mais afetados estão a ampliação de prisões e novas construções para o Departamento de Trabalho e Pensões, refletindo o impacto direto no setor público.

Impactos imediatos no emprego e nos projetos com a ISG em recuperação judicial

Conforme publicado pelo britânico jornal The Guardian, o pedido de recuperação judicial da ISG resultou na demissão imediata de mais de 2.000 funcionários, com apenas 200 colaboradores mantidos para ajudar os administradores da EY, antiga Ernst & Young, contratada como para supervisionar e gerenciar o processo de reestruturação da empresas empresas do Grupo ISG.

Entre os projetos mais prejudicados está a ampliação do sistema prisional britânico, com a meta de criar 20.000 vagas adicionais. Além disso, outros projetos em áreas importantes, como escolas e infraestrutura pública, foram suspensos, criando incertezas tanto para o governo quanto para empresas privadas envolvidas nos contratos.

A crise da ISG gera preocupações com seus contratos com grandes clientes privados, como Apple e Google, além dos impactos no setor de construção em geral. O colapso da ISG lembra o caso da Carillion em 2018, que também enfrentou dificuldades financeiras e deixou um rombo de £7 bilhões em dívidas (cerca de R$ 43 bilhões), abalando o setor de construção no Reino Unido. A ISG em processo de reestruturação financeira deve demorar um longo tempo.

Causas da crise e o cenário financeiro

Segundo a CEO da ISG, Zoe Price, a empresa sofreu com contratos deficitários firmados entre 2018 e 2020, que prejudicaram gravemente o fluxo de caixa. Embora a empresa tenha registrado lucro em 2024, os problemas de liquidez herdados de períodos anteriores tornaram as operações insustentáveis. Isso resultou em paralisações de projetos, fechamento de escritórios e impactos negativos em subcontratados e fornecedores, que também enfrentam dificuldades financeiras com a suspensão das obras.

Esse efeito cascata no setor é um sinal de alerta para muitas empresas parceiras da ISG em recuperação judicial, que agora estão reavaliando suas operações e contratos em função da falência da gigante da construção. Além dos impactos no setor privado, a situação da ISG gera uma reação em cadeia que também afeta os cronogramas de entrega de projetos públicos.

Reação do governo e expectativas para o futuro

Em resposta à situação, o governo britânico anunciou a implementação de planos de contingência para minimizar os efeitos negativos e garantir que projetos prioritários, como a ampliação das prisões, não sofram maiores atrasos. Contudo, com o setor de construção sob pressão e a possibilidade de novas falências, o futuro da ISG permanece incerto.

Além disso, a crise da ISG pode forçar o governo a revisar suas políticas de contratação pública, buscando modelos mais sustentáveis para evitar o colapso de grandes empresas do setor. Analistas alertam que novos cortes de empregos e aumento das dívidas entre fornecedores e subcontratados são previsíveis, complicando ainda mais o cenário econômico.

“A recuperação judicial da ISG reflete uma falha crítica nas contratações públicas e na gestão de contratos deficitários no Reino Unido ao longo dos anos. Agora, a construtora precisa de um projeto de reestruturação com estratégias eficazes para recuperar sua credibilidade e evitar um impacto ainda maior no mercado de construção britânico” , comentou Jackson Pereira Jr., articulista de negócios do Economic News Brasil.

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